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Eleições no Burundi sem a oposição e com observação da ONU


Contagem de votos no Burundi
Contagem de votos no Burundi

Cerca de 3.8 milhões de burundeses foram chamados às urnas nesta segunda-feira, 29, para votar para o parlamento, apesar do boicote da oposição e de quase todas as organizações internacionais terem decidido não observar as eleições.

Depois de algumas explosões na madrugada e a meio da manhã na capital Bujumbura, a eleições decorreram com normalidade, mas o resultado não será reconhecido pela oposição e deverá ser muito criticado pela comunidade internacional.

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As assembleias de voto abriram as portas num clima tenso na capital Bujumbura, após dois meses de protestos contra o presidente Pierre Nkurunziza, que concorre a um terceiro mandado na eleição do próximo dia 15.

Três horas depois, uma granada explodiu um bairro de Bujumbura que é o epicentro dos protestos, mas depois tudo se tranquilizou, como disse à VOA de manhã o porta-voz da única missão de observadores que se encontra no país, as Nações Unidas, Vladimir Monteiro.

"A situação agora é calma, as pessoas estão a votar sem muita afluência em algumas áreas, com afluência normal, noutras, e os jornalistas estão a poder trabalhar livremente", adiantou Monteiro.

A grande incógnita, no entanto, é o nível de participação nas eleições, que a oposição decidiu boicotar por considerar que não existiam condições para o voto livre.

Por esse motivo, a União Africana decidiu não enviar observadores e a União Europeia, à última hora, optou por seguir o mesmo caminho.

O próprio secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-mon pediu o adiamento das eleições, mas, apesar da decisão das autoridades de as realizar, o organização decidiu manter no terreno cerca de 36 observadores.

"A missão de observadores decidiu continuar e assim cumprir o mandato que recebeu do Conselho de Segurança das Nações Unidas", concluiu Vladimir Monteiro.

Depois de três meses de muita convulsão, mais de duas dezenas de mortos, centenas de detidos e 100 mil pessoas a procurarem refúgio nos países vizinhos, o Burundi enfrenta dias de muita incerteza.

Elias Niyoyutungira, eleitor, diz que o país quer paz. "Quero que aqueles que elegermos sirvam a comunidade, que nos dêem paz e que dirijam bem o país", pediu.

As urnas fecharam às 17 horas locais, mas desconhece-se quando serão anunciados os primeiros resultados.

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