Naglaa Ali Mahmoud, mulher do presidente-eleito do Egipto descarta o título de primeira-dama e prefere em vez disso a ideia de que é uma servente da nação.
Naglaa contrasta largamente com a sua antecessora, Suzanne Mubarak. A semelhança entre as duas é o facto de terem casado com os futuros presidentes ainda bem jovens. Mas Suzanne Mubarak e o seu estilo ocidentalizado parecem ter alienado muitos egípcios. A Sra. Mahmoud que enverga o vestido tradicional das egípcias é uma dona-de –casa que reflecte um Egipto mais familiar à maioria das pessoas.
Numa rara entrevista a uma organização noticiosa ocidental, Naglaa conversou com a delegada da VOA no Cairo Elizabeth Arrott nos primeiros dias de campanha, na sua casa em Edwa, na zona oriental do Delta do Nilo. Enquanto o marido estava no andar de cima, e os netos e os amigos brincavam numa sala ao lado, ela falou de casamento numa idade bem jovem, da Irmandade Muçulmana, e do que o futuro reserva.
Segundo ela, o Dr. Morsi (como trata o marido) aderiu à Irmandade há 31 anos quando viviam em Los Angeles, onde estudavam. Foi-lhe dito que a partir dali podia ser detido e que era muito importante que a esposa concordasse com a sua adesão, para que a vida familiar não fosse sacudida. Ele poderia ser preso, perder o emprego, mesmo estando ainda nos Estados Unidos e que para a organização a família é de extrema importância. E ela respondeu-lhe: “Vamos em frente, que seja o que Deus quiser”
Falando aos cristãos coptas ela relembra que o Egipto é uma nação, e que o islão não faz diferença entre um muçulmano e um cristão, que disfrutam dos mesmos direitos, e as mesmas obrigações.
Sobre o marido diz: "é uma pessoa muito equilibrada. Não o digo por seu meu marido. É verdade. É a natureza dele, muito equilibrado, racional com uma mentalidade política. Estamos casados há 31-32 anos. Não posso dizer que é um comediante, mas tem sentido de humor e é divertido. Durante momentos que o exigem é sério, em momentos de descontracção é divertido."