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Antigo director da Petrobras diz que campanha de Lula teve financiamento de negócios com a Sonangol


Nestor Cervero, antigo director internacional da Petrobras
Nestor Cervero, antigo director internacional da Petrobras

Néstor Cerveró afirma que a informação foi-lhe avançada pelo vice-presidente angolano Manuel Vicente.

O antigo director da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou num depoimento à justiça brasileira que a compra de blocos de petróleo em Angola gerou desvios equivalentes a cerca de 15 milhões de euros dos cofres da petrolífera brasileira.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 6, pelo jornal O Globo, que teve acesso aos depoimentos de Cerveró feitos depois de ter chegado a um acordo de delação premiada com a justiça para reduzir a sua pena em troca de informações.

Ceveró voltou a confirmar que os desvios de mais de 40 milhões de reais (cerca de 15 milhões de dólares) foram usados para pagar a campanha de reeleição do antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

O ex-diretor da Petrobras disse que obteve essa informação de Manuel Vicente, entãopresidente da Sonangol e actual vice-presidente de Angola.

As negociações do lado brasileiro teriam sido conduzidas pelo ex-ministro das Finanças António Palocci.

Nestor Cerveró apontou o pagamento de pelo menos564,1 milhões de reais (200 milhões de dólares) em luvas envolvendo negócios da estatal e de uma de suas subsidiárias, a BR Distribuidora.

No total, 11 políticos são nominalmente citados como beneficiários dos desvios.

Os mais conhecidos são o antigo Presidente Lula da Silva, Lula da Silva, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-Presidente Fernando Collor de Mello.

Cerveró contou que a aquisição rendeu cerca de 100 milhões de dólares (88 milhões de euros) em subornos pagos aos integrantes do Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso no ano de 2002.

O esquema que teria sido responsável pelo maior desvio de dinheiro na área internacional da Petrobras, porém, foi a aquisição da empresa petrolífera argentina Pérez Companc.

Cerveró contou ainda que a aquisição rendeu cerca de 100 milhões de dólares) em subornos pagos aos integrantes do Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso no ano de 2002.

Quando as primeiras informações da delação do antigo director internacional da Petrobras vieram a público, o ex-presidente Fernando Henrique divulgou uma nota a defender o então presidente da estatal Francisco Gros.

“Na época o presidente da Petrobras era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação político-partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”, disse Cardoso.

Por seu lado, o Instituto Lula sempre rechaçou todas as acusações vindas de Cerveró, assim como o ex-ministro Jaques Wagner.

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e o afastado da Câmara, Eduardo Cunha, negaram ter recebido quaisquer vantagens indevidas, enquanto o senador e antigo Presidente Fernando Collor disse repudiar “os termos da delação que são absolutamente inverídicos”.

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