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Analistas dizem que só diplomatas estrangeiros poderiam facilitar o regresso de Dhlakama


 Armando Guebuza e Afonso Dhlakama
Armando Guebuza e Afonso Dhlakama

Afonso Dhlakama chegou quinta-feira, dia 4, a Maputo, acompanhado por cinco embaixadores.

Analistas moçambicanos disseram à VOA que só o envolvimento de chancelarias ocidentais no regresso a Maputo do líder da Renamo é que podia dar garantias a Afonso Dhlakama de que a sua vida não estaria em perigo.

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Afonso Dhlakama chegou ontem, 4, a Maputo acompanhado por cinco embaixadores, traduzindo a ideia de que nos processos políticos africanos, só as chancelarias, sobretudo ocidentais, é que dão alguma dose de segurança aos protagonistas políticos.

O engenheiro e analista político moçambicano Luis Loforte diz que Afonso Dhlakama tinha medo de regressar sozinho a Maputo. "Sozinho é que não podia vir, nem sozinho, nem com mediadores moçambicanos, porque ele não confia, e só o envolvimento de chancelarias é que poderia dar-lhe algum conforto, alguma dose de confiança", considerou.

Há quem diga que ao exigir o envolvimento de embaixadores estrangeiros, Dhlakama pretendia evidenciar-se ainda mais. Luis Loforte diz que sim, mas que o primordial é a segurança.

Na sua opinião, pode haver, da parte do Governo e da Renamo, vontade de resolver, definitivamente, a crise político-militar, mas era fundamental que as partes cedessem, e muito, sublinhando que o primeiro sinal de que haverá vontade para que a paz seja definitiva não passa apenas por conversar ou por assinar documentos que levem à cessação das hostilidades.

Para o analista, a paz deve acontecer todos os dias, com sinais vindos de ambos os lados e sem qualquer espectáculo. "Na minha opinião, a paz em Moçambique só vai acontecer quando todos sentirem que têm oportunidade de usufruir do bem nacional, e enquanto isso não acontecer, sempre é um potencial em crescendo para um novo conflito", destacou Luis Loforte.

O sociólogo João Colaço considera, por seu lado,que o envolvimento de actores externos visa dar maior confiança ao líder da Renamo.

"Nós não conseguimos, infelizmente, ao longo dos 20 anos duma relativa paz e estabilidade, construir a tal confiança, e quer-me parecer que a confiança, mesmo para esta tensão político-militar, ainda necessita de actores externos", concluiu o académico.

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