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Dhlakama ameaça mais uma vez


Afonso Dhlakama
Afonso Dhlakama

O líder da Renamo Afonso Dhlakama ameaçou voltar a bloquear a N1, a principal estrada que liga o sul e o norte de Moçambique, evacuar edifícios públicos e paralisar o trabalho dos administradores, mas sem recorrer à força.

Dhlakama insiste que a sua paciência está quase a esgotar-se, depois de ter visto o projecto sobre províncias autónomas chumbado pela Assembleia da Republica (AR) e ameaça “esticar a corda” para pressionar o Governo.

“Vou parar na estrada e dizer que nenhuma viatura passa hoje”, precisou o líder da Renamo, principal partido da oposição, avisando que vai proibir a ocupação dos gabinetes pelos administradores “sem fazer guerra e sem bater em ninguém”.

Em 2013, a Renamo paralisou por 17 meses a N1, entre Muxúngè e rio Save, com confrontos entre os seus guerrilheiros as Forças da Defesa e Segurança, que terminaram com a assinatura do acordo de cessação de hostilidades em 2014.

Ao falar à margem das cerimónias do 35º aniversário do Destacamento Feminino da Renamo, celebrado neste domingo, 5, numa antiga base da Renamo, em Macoca, posto administrativo de Dombe, na província de Manica, Afonso Dhlakama disse que vai exigir governar as províncias autónomas, e apelou o Governo a não usar força, para evitar uma nova instabilidade política.

O líder da Renamo reconheceu ter “engolido muitos sapos” para aprofundar a democracia em Moçambique e alertou que vai “governar a força”, se Frelimo “continuar a brincar”.

“Agora estão a lhe aconselhar que não se preocupa com isso, e dizem que já nos habituamos ao (Afonso) Dhlakama, vai arrefecer, mas os tempos eram outros, porque acabávamos de terminar a guerra, agora são 23 anos de paz, o (Presidente Filipe) Nyusi já não vai ter essa sorte”, avisou Afonso Dhlakama, aconselhando o actual PR a não seguir os conselhos dos seus antecessores.

A Renamo contesta o resultado das últimas eleições gerais e propõe a criação de autarquias à escala provincial em todo o país, mas pretende Governar com efeitos imediatos nas seis regiões onde reivindica vitória eleitoral, assegurando que este modelo de governação vai avançar “a bem ou a mal”.

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