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Dhlakama acusa Governo de perseguições e de boicotar seus comícios


Afonso Dhlakama
Afonso Dhlakama

Líder da Renamo diz que se respondesse "estaríamos a contabilizar mortos".

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, denunciou esta quarta-feira, 9, continuar a ser alvo de “perseguição e provocação” por parte das forças governamentais, sustentando que vários comícios na Zambézia foram inviabilizados por agentes da Polícia anti-motim.

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“Há muitas provocações”, precisou Dhlakama, no início da sua visita de 10 dias à província de Manica, no centro de Moçambique, onde estão previstas reuniões populares.

Dhlakama contou que um contingente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) ocupou na segunda-feira, 7, o campo municipal de Milange, na Zambézia, onde devia decorrer à tarde do mesmo dia o seu comício, forçando a transferência da reunião para a sede do partido.

Um aparato policial cercou e ocupou igualmente na terça-feira, 8, um campo de futebol na cidade de Mocuba, onde ia ter lugar o comício do líder da Renamo, tendo o mesmo sido trocado para um lugar menor, para evitar choque.

Ainda segundo Dhlakama, no distrito de Nicoadala, na Zambézia, a UIR barrou com um camião tanque a EN1, a principal estrada que liga o centro e norte do país, que viria a ser afastado pela pressão da sua guarda, mas sem confrontos.

“Eu sou adulto, sou general, sou líder e tenho muita experiência. Se eu quisesse responder a estas provocações estaríamos a contabilizar mortos. Em Nicoadala mataríamos mais de 40 homens (da UIR) na quarta-feira, ainda com bazucas na estrada”, denunciou Afonso Dhlakama.

O líder da Renamo disse esperar que o Presidente da República Filipe Nyusi e a Frelimo se “arrependam da arrogância” e coloquem em marcha os dois acordos de Paz, que constituem agora o pomo de discórdia que está a conduzir o país a uma nova “incerteza”.

“Isto que vivemos hoje é a consequência da falta do cumprimento dos Acordos de Roma e de Cessação das Hostilidades Militares. Quando estávamos a negociar já prevíamos que o incumprimento dos acordos traria problemas. O perigo é que os problemas que deviam ter parado em 1992 continuam hoje como se não tivéssemos assinado nada” declarou Afonso Dhlakama.

O líder da Renamo voltou a considerar deplorável o desequilíbrio socioeconómico entre os moçambicanos e a recusa de oportunidades para quem não comunga os ideais do partido no poder, o que, para Dhlakama, viola a Constituição, que confere direitos iguais a todos.

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