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Democracia com baixa popularidade na África do sul, diz estudo


Com as torneiras secas, a população procura água estagnada para lavar. Jan. 7, 2016.
Com as torneiras secas, a população procura água estagnada para lavar. Jan. 7, 2016.

Uma nova pesquisa do Afrobarometer revela um declínio no apoio à democracia na África do sul, cuja implementação é marcada por um descontentamento popular.

A democracia multirracial começou em 1994, mas apesar de promessas e esperança, nos últimos anos, o país enfrenta turbulência politica, alto desemprego, escândalos de corrupção e deficiência nos serviços básicos.

Sibusiso Nkomo, coordenador de comunicação na África austral da Afrobarometer, diz que a pesquisa, realizada em 2015, notou muita insatisfação sobre o estado da democracia, que vem baixado desde 2011.

A maioria de cidadãos diz que não se importaria em trocar um trocar um governo eleito por um não eleito desde que tomasse conta das necessidades básicas.

A insatisfação é particularmente com a maneira como é implementada a democracia, mas é também com os seus líderes.

Nkomo diz que as pessoas estão decepcionadas com as qualidades dos líderes do país, incluindo o presidente e deputados.

Um dos escândalos recentes envolve o Presidente Jacob Zuma, que gastou 20 milhões de dólares americanos para a melhoria de uma das suas casas.

Isso acontece numa altura em que a economia sul-africana enfrenta dificuldades e a população reclama a qualidade de serviços básicos como eletricidade e água, o que é frustrante, porque, até certo ponto, julgava que a democracia traria coisas boas.

Nkomo diz que uma pessoa vivendo em situação precária – sem eletricidade e água – facilmente questiona a razão de ir votar em cada cinco anos.

Aliás, a pesquisa do Afrobarometer mostra que poucas pessoas votam, mas Nkomo diz que mesmo assim, o estudo revela que os sul-africanos não querem o retorno ao Apartheid, partido único ou regime militar.

Nkomo sublinha que a pesquisa concluiu que 44 por cento de brancos sul-africanos rejeitam o regresso ao Apartheid, mas 30 por cento são a favor, e 26 dizem não ter opinião.

Quarenta e nove por cento de brancos sul-africanos apoiam a democracia, o que Nkomo considera preocupante. Entre os mestiços e negros, a percentagem é alta.

Em relação à imigrantes e exilados, os brancos sul-africanos e o partido Aliança Democrática são mais pelo bloqueio da sua entrada, mas os apoiantes do ANC, partido no poder, são a favor.

Apesar de reflectir momentos difíceis, a pesquisa foi uma oportunidade de recolher o sentimento das pessoas, o que é bom para a democracia, concluiu Sibusiso Nkomo.

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