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Crise de energia agudiza contestação ao Governo em Benguela


Cidadãos queixam-se cortes constantes de energia.
Cidadãos queixam-se cortes constantes de energia.

Aos cortes de electricidade, devido a avarias técnicas no sistema de distribuição, juntam-se irregularidades na oferta de água em Benguela

Observadores atentos dizem que os focos de contestação, visíveis sobretudo nas redes sociais, podem fragilizar a pré-campanha eleitoral do MPLA.

Antes mesmo da análise do quadro energético, imposta pela baixa de 130 para 80 MW, há um fenómeno incontornável quando em discussão estiver o clima de insatisfação na província de Benguela.

‘’Vim à procura de emprego, deste emprego que está muito difícil. Estamos várias horas a queimar debaixo do sol, assim Angola não se desenvolve’’, reclamam duas jovens, ao passo que outros, visivelmente revoltados num ‘’mar de gente’’ à espera de oportunidade, dizem que "vale a pena suportar os empurrões".

Como se não bastasse o desemprego, a assustar à medida do custo de vida, a população é confrontada com limitações no acesso aos serviços sociais básicos.

Salta à vista a crise de energia, até pela reinauguração, há vários meses, da barragem de Lomaum, que se encontra fora de serviço.

A avaria nas fontes térmicas surge para descortinar velhas debilidades, mas também para adensar a revolta de cidadãos nas cidades de Benguela, Lobito, Baía Farta e Catumbela.

"As principais dificuldades são a falta de luz, o que nos tira a iluminação e nos impede de congelar os nossos bens’’, começa por reclamar um morador do Lobito.

Em outros pontos da província, muitos munícipes dizem que as promessas para água canalizada ‘‘são muito antigas, mas nada surge’’.

Há ainda quem fale em ‘’aumento da delinquência por conta dos sucessivos apagões’’.

O Governo investiu em três turbinas a gás que estão a ser instaladas no Lobito, num morro onde se encontra arrumada uma outra, adquirida há cerca de 15 anos para gerar 82 MW, mas que nunca chegou a funcionar.

De olhos em novas unidades de produção, que deverão arrancar dentro de três meses, a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) trabalha para repor os níveis anteriores.

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