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Crise energética agudiza-se na África do Sul


A imprensa local tem estado a reportar que os cortes constantes e prolongados são causados por equipamento obsoleto.

A África do Sul regista uma das piores crises de fornecimento de energia eléctrica aos consumidores e à economia mais industrializada do continente africano. A imprensa local tem estado a reportar que os cortes constantes e prolongados são causados por equipamento obsoleto de sistemas de produção e transporte da corrente eléctrica.

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A empresa estatal Eskom desdramatiza a situação dizendo que os cortes são provocados por causas imprevistas, incluindo calor, chuva e roubo de cabos elétricos.

A indústria mineira, principal motor do desenvolvimento do pais, é considerada a mais afectada, mas analistas dizem que também o sector hoteleiro está a ser drasticamente prejudicado.

O Governo sul-africano tem procurado alternativas que incluem a construção de centrais nucleares em parceria com a Russia.

Uma parte da energia elétrica consumida na África do Sul é produzida pela Barragem Hidroelétrica de Cahora Bassa, em Moçambique, mas não é suficiente para alimentar a economia mais industrializada do continente africano.

Há duas semanas decorre em Joanesburgo um seminário sobre oportunidades energéticas de Moçambique com destaque para a exploração do gás natural na Bacia do Rovuma e carvão mineral em Tete, que pode ser usado para geração de energia através de centrais térmicas.

Analistas consideram que Moçambique pode ser o terceiro maior produtor mundial de energia, mas alguns dizem que a montagem da logística para a exploração e transporte de gás e carvão está atrasada.

O académico moçambicano Patrício José discorda e explica que são processos complexos que devem ser entendidos porque exigem aplicação de tecnologia bastante avançada e que necessitam de muitos recursos financeiros.

"Mas também existe o processo de regulação pelo nosso próprio Estado. Portanto, muitas vezes podemos estar na pressa de fazer acontecer as coisas, mas o acautelamento dos interesses do Estado e dos moçambicanos ainda não está de melhor maneira", diz José.

Para aquele especialista, os passos que se dão são os possíveis para assegurar que os resultados satisfaçam as partes porque um dia "podemos ver o gas a sair e depois ficamos com as mãos sem nada".

Isso, acrescenta o académico, "não vai criar a estabilidade que todos queremos porque vamos dizer que o gás esta a sair, mas continuamos pobres".

Os cortes frequentes e prolongados de energia elétrica que afectam a Africa do Sul são considerados oportunidades para Moçambique, detentor de grandes reservas de gás e carvão mineral.

Entretanto, depois de 2020 outros produtores podem disputar o mercado. Aliás, o preço de carvão mineral tem estado a cair no mercado internacional, assustando potenciais investidores como Rio Tinto em Moçambique.

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