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Crédito mal parado dispara em Angola


Banco Espírito Santo Angola
Banco Espírito Santo Angola

Consultora alerta para perigo à vista na economia do país.

O crédito mal parado aumentou de forma exponencial em Angola e faz disparar o alerta junto de especialistas.

Um estudo revelado nesta sexta-feira Luanda pela consultora KPMG indicou um crescimento de 41,6 por cento em 2014, ano em que a banca registou um volume de crédito vencido de 14,5% do total.

"O crescimento do crédito malparado é preocupante porque denota a conjuntura económica e a forma como as empresas estão a ter capacidade para responder, ou não, ao serviço da dívida”, afirmou Vítor Ribeirinho, representante da consultora em Luanda.

Aquele especialista avisa, no entanto, para o facto muito preocupante de que “em 2015 estes indicadores continuam a agravar-se e a haver uma tendência crescente para que o crédito vencido não esteja contido".

Ainda referente ao ano de 2014, o estudo da KPMG concluiu que o sector bancário angolano viu o valor de activos crescer 7,3 por cento de 2013 para 2014, enquanto os depósitos e recursos dos clientes subiram 15,1%, um valor abaixo de taxas em anos anteriores.

Outro aspecto apresentado como preocupante por Vítor Ribeirinho é o facto de os 20 principais clientes representarem entre 60 e 70% da carteira de crédito, o que não é desejável.

“Basta que um desses clientes entre em dificuldades para trazer dificuldades maiores aos bancos", reconheceu o responsável da KPMG, identificando a necessidade de os bancos "diversificarem" o crédito.

Para este resultado “preocupante”, segundo a consultora, contribuiu também o escândalo Banco Espírito Santo.

O crédito global concedido pela banca angolana ultrapassa os 20 mil milhões de euros.

Recorde-se que desde o segundo semestre do ano passado, Angola enfrenta uma grave crise económica e financeira decorrente da queda da cotação do barril do crude no mercado internacional, que fez cair para metade as receitas do petróleo.

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