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Morte de Rosa Coutinho Assinalada em Angola


Rosa Coutinho e Otelo, em 1974
Rosa Coutinho e Otelo, em 1974

Preocupante continua a ser a percepção com que se fica de um certo apagar da memória colectiva da sociedade

A morte de Rosa Coutinho foi assinalada pelos principais órgãos de informação de Angola, com depoimentos de representantes dos partidos políticos intervenientes no processo da independência. Mas, como nos diz o nosso correspondente, Alexandre Neto, a população angolana mais jovem parece desconhecer a figura e o papel do almirante, que foi o último Alto Comissário português em Angola.
O Almirante é por cá recordado pelo papel desempenhado durante a transição de Angola de província para Estado soberano.Com efeito, os órgãos públicos de comunicação social noticiaram com algum destaque a morte de Rosa Coutinho, entrevistando figuras políticas ligadas aos três movimentos de libertação Nacional subscritores do Acordo de Alvor.
Das suas intervenções Lopo do Nascimento pelo MPLA, Ngola Kabangu pela FNLA e Jaka Jamba pela UNITA, sobretudo estes dois últimos não se sentia na expressão qualquer ressentimento que ofuscasse o destaque do histórico papel do representante da autoridade do país colonizador.
Preocupante continua a ser a percepção com que se fica de um certo apagar da memória colectiva da sociedade.
Por alguma razão, Rosa Coutinho é figura desconhecida numa importante franja da sociedade sobretudo a juventude. Estivemos na rua. Oiça o que se diz dele!
Importante na gestão da transição para a independência de Angola, o Almirante Rosa Coutinho é pouco conhecido pelo cidadão comum, situação diferente no ambiente estudantil universitário.
Perguntei ao professor de Estratégia e Relações de Poder,Eduardo Alberto Peres,se a história, ainda por escrever, exaltará ou condenará um dia Rosa Coutinho pelo desfecho da independência de Angola.
Criticado por uns é entretanto exaltado por outros. Num contexto como o de 1975 ( de guerra fria e afirmado bloco comunista) podia fazer melhor o Almirante português, pergunta que coloquei novamente.
Negando imputar responsabilidades pelo desfecho trágico da transição, o docente ressalta os limitados poderes de Rosa Coutinho. “Ele”, estamos a citar, “não era o chefe de Estado português” disse o académico.

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