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Ambições presidenciais de Cain ameaçadas por alegações de assédio sexual


Herman Cain, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos
Herman Cain, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos

Candidato negro republicano classifica de falsas, acusações dos anos 90 sobre comportamento "impróprio".

O candidato à presidência dos Estados Unidos, Herman Cain, debate-se com alegações do passado sobre assédio sexual.

Herman Cain é um de mais de uma dúzia de candidatos do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos.

Licenciado em Matemática e com um Mestrado em Informática, foi presidente de uma popular cadeia de pizzarias nos Estados Unidos.

Lançou a sua campanha para concorrer contra Barack Obama com uma equipa reduzida, um orçamento mínimo e a descrença generalizada das elites políticas quanto à possibilidade de vitória de um negro no Partido Republicano.

Mas Herman Cain, com o seu temperamento afável, capacidade de descodificar conceitos complexos com linguagem simples e propostas de simplificação da estrutura fiscal do país, conseguiu subir nas sondagens.

Capaz de admitir um erro quando o comete – o que não é comum nas campanhas – Cain está à frente de candidatos mais famosos e reconhecidos, como Mitt Romney ou Rick Perry, em estados onde dentro de três se iniciam as primárias para escolher o adversário republicano de Obama.

Mas, agora, Herman Cain enfrenta um problema mais difícil, fruto do escrutínio apertado dos que vão à frente, pela comunicação social. Foi noticiado que, nos anos 90, duas mulheres de uma organização a que ele presidia o acusaram de assédio sexual. Após uma investigação inconclusiva, receberam um pagamento não divulgado publicamente e buscaram emprego noutro lado.

Inicialmente, Cain e a sua campanha negaram que a história fosse verdadeira; depois que não se lembrava de quaisquer alegações ou de um acordo com as acusadoras; depois que se lembra de um acordo mas não dos pormenores porque não foi ele que tratou do assunto; depois, ainda, que não sabe a que se referem as acusações; depois ainda que talvez fosse por ele um dia ter dito a uma funcionária que ela era da mesma altura e tipo físico da sua mulher. Mas o candidato insistiu sempre que está a ser vítima de acusações falsas.

Os seus adversários dizem que isso pode ser verdade, mas que Herman Cain não ajuda a sua causa ao providenciar publicamente informação pouco exacta e que ele próprio corrige mais tarde.

Os seus apoiantes respondem que Cain está a ser alvo dos democratas, tal como outro republicano negro, o juíz Clarence Thomas, acusado de assédio sexual durante o processo da sua nomeação para o Supremo Tribunal, há 20 anos.

Independentemente da veracidade das acusações, esta é uma crise para o candidato – e a forma como ele responder poderá determinar se consegue manter-se entre os favoritos.
Em geral, estas histórias absorvem muito – às vezes quase todo – o interesse dos média e torna-se difícil um candidato fazer passar qualquer outra mensagem política. Se Cain não conseguir vencer essa barreira, poderá ver a sua campanha descarrilar.

Mas para já, é cedo e tudo pode acontecer. Num futuro breve, a sua sorte política será ditada por três factores: 1) a continuação de bons números nas sondagens, 2) a quantidade de notícias que consegue gerar sem ligação com estas acusações e 3) a manutenção dos níveis de angariação de fundos.

Herman Cain ainda tem tempo para se re-equilibrar. As primeiras primárias estão marcadas para Janeiro.

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