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Casos de malária caem no mundo, Moçambique e Angola representam sete por cento


África subsaariana é a mais afectada pela doença, segundo a OMS.

A taxa de mortalidade por malária caiu quase 30 por cento desde 2010 no mundo, embora em 2015 tenha morrido mais 429 mil pessoas devido à doença.

Os dados foram revelados nesta segunda-feira, 12, pela Organização Mundial de Saúde, cujo relatório indica que Moçambique e Angola estão entre os oito países com mais mortes por malária no mundo.

Juntos representam 7 por cento do peso global da doença no mundo.

"Fizemos progressos excelentes, mas o nosso trabalho está incompleto. Só no ano passado, o saldo global da malária atingiu os 212 milhões de casos e as 429 mil mortes", lê-se no relatório assinado pela diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan.

A taxa de incidência (novos casos) da doença caiu 41% em todo o mundo, entre 2000 e 2015, enquanto a taxa de mortalidade diminuiu 62 por cento globalmente no mesmo período.

Entre as crianças com menos de cinco anos, a taxa de mortalidade caiu 69 por cento nos últimos 15 anos, embora a malária tenha provocado a morte de 303 mil crianças com menos de cinco anos em todo o mundo.

Nesse mesmo periodo, 17 países eliminaram a malária, doença cujos 90 por cento dos casos estão na África Subsahariana, que tem 92 por cento das mortes.

Boas notícias

Apesar desse número assustador, há dados positivos: 51 por cento das crianças com febre que recorreram aos cuidados de saúde públicos em 22 países africanos foram sujeitas a um teste de diagnóstico de malária, quando em 2010 apenas 29 por cento o faziam.

Agentes de pulverização em campanha contra a malária, em Moçambique
Agentes de pulverização em campanha contra a malária, em Moçambique

A percentagem de mulheres grávidas que receberam as três doses recomendadas de tratamento preventivo da malária também aumentou cinco vezes, de 6 por cento em 2010 para 31 por cento em 2015.

Outra nova positiva é o da população que vive agora com rede mosquiteira tratada com insecticida ou protegida por vaporização residual é 57 por cento, quando era de 37 por cento em 2010.

Apesar desses avanços, a OMS alerta que 43 por cento da população em risco na África Subsaariana não está ainda protegida pelos métodos primários de controlo do vetor da malaria.

Angola e Moçambique com taxas elevadas

O relatório revela que Angola e Moçambique estão entre os oito países com mais mortes por malária no mundo, representando juntos 7 por cento do peso global da doença.

Em Angola, no ano passado, segundo a OMS, foram registados 3,1 milhões de novos casos, contra 2,4 milhões em 2010, enquanto 14 mil pessoas morreram, o mesmo número que cinco anos antes.

A percentagem de pessoas em risco que dormem protegidas por redes mosquiteiras chega a 40 por cento, de acordo com a OMS.

Por seu lado, Moçambique registou 8,3 milhões de novos casos em 2015, contra 9,3 milhões em 2010, enquanto 15 mil pessoas morreram no ano passado, quando cinco anos atrás o número atingiu os 18 mil.

A redução do número de casos e mortes face a 2010 poderá dever-se ao facto de mais de 60 por cento da população moçambicana dormir hoje coberta por redes mosquiteiras tratadas com insecticida.

Mais lusófonos

Entre os demais países lusófonos, Cabo Verde teve menos de 50 casos e menos de 10 mortos em 2015, enquanto Timor-Leste registou 120 casos e menos de 10 mortos em 2015.

Testes continuam
Testes continuam

Cabo Verde é ainda destacado como um dos três países do mundo (juntamente com a Zâmbia e o Zimbabué) onde mais de 80 por cento da população em risco dorme protegida por redes mosquiteiras ou vaporização residual.

O arquipélago e Timor-Leste, segundo a OMS, estão em condições de eliminar a malária nos próximos cinco anos.

O documento lembra que São Tomé e Príncipe devia ter sido declarado livre da doença em 2016, mas tal não aconteceu: o país registou 3.400 casos e menos de 100 mortos em 2015, contra 4.900 casos e menos de 100 mortos em 2010.

A Guiné-Bissau, por seu lado, viu os casos caírem de 170 mil para 160 mil, embora o número de mortos tenha aumentado, de 670 para 680 nos últimos 10 anos).

No Brasil, estima o relatório, a quantidade de novos casos caiu de 440 mil para 180 mil entre 2010 e 2015, enquanto o número de mortos diminuiu de 98 para menos de 50 no mesmo período.

O relatório da OMS revela que Nigéria é o país onde mais pessoas morrem por malária, com 26 por cento do total de mortes, seguido da República Democrática do Congo, com 10 por cento.

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