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Cabinda: Correspondente da VOA ameaçado por homens armados


Os correspondentes da VOA em Angola, ladeando o jornalista Luís Costa Ribas
Os correspondentes da VOA em Angola, ladeando o jornalista Luís Costa Ribas

Os intrusos tudo fizeram para deixar transparecer a sua impaciência pelo facto de não o terem encontrado o jornalista

Autoridades mantêm silêncio

Mantêm-se o silêncio das autoridades de Cabinda, sobre a invasão da residência do advogado e jornalista José Manuel, correspondente da VOA, ocorrida nesta quinta-feira a noite.

De acordo com testemunhas no local, pelo menos três indivíduos não identificados trajados à civil penetraram por volta das 20 horas no quintal da casa do jornalista, deixando assustados a vizinhança e familiares do correspondente da VOA, na altura ausente.

Mariza Teresa acabava de chegar, mas disse que ficou sem perceber bem o que se estava a passar!

Até agora não se soube quais eram reais motivações dos protagonistas que tudo fizeram para deixar transparecer a sua impaciência com o facto de não o terem encontrado o jornalista.

Também deixaram a entender que comunicavam através dum meio electrónico e recebiam instruções para localizar a vítima.

Ontem a noite, o nosso colega desdobrou-se em contactos com as autoridades policiais e foi a esquadra no bairro Gika para participar a ocorrência. O oficial de serviço disse que não dispunha de efectivos para fazer deslocar para o terreno.

Seguiu depois para a Investigação Criminal antes de se dirigir para o comando municipal, onde foi pedir protecção para regressar a casa.

Estranha por esta razão o facto do Director da Investigação Criminal por nós contactado esta tarde ter dito que não tinha conhecimento ainda.

O Intendente Oliveira da Silva, Director dos Serviços de Investigação Criminal, curiosamente quis assegurar-nos que o jornalista não corre perigo de vida.

Entretanto, a Ordem dos Advogados de Angola disse ter tomado conhecimento do assunto. Inglês Pinto o bastonário da Ordem, contactado a partir de Washington, prometeu dar todo apoio institucional necessário ao seu filiado, no caso o advogado José Manuel.

Lembro que esta não é a primeira vez que um episódio do género tem lugar, num território dominado pelo conflito militar que opõe forças governamentais aos movimentos separatistas do enclave, rico em petróleo e onde não raras vezes direitos fundamentais são cerceados.

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