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As Eleições em África Não São Democráticas -- D. Jaime Gonçalves à VOA


D. Jaime Gonçalves, arcebispo da Beira
D. Jaime Gonçalves, arcebispo da Beira

“Há democracias que se concebem como democracias de um só partido"

Washington, 30 Dez, 2010 - O arcebispo da Beira diz “ser sabido que os processos eleitorais em África são processos que, de facto não são democráticos”, mas adiantou haver em Moçambique “ideias novas que talvez não tenham a força da eficiência, mas que são, em grande parte, fundamento para optimismo da vida nacional”.

Numa entrevista exclusiva à VOA, o arcebispo Jaime Gonçalves nota que “há democracias que se concebem como democracias de um só partido, mas “democracia – acrescenta - implica multipartidarismo, uma sociedade pluralista”.

D. Jaime Gonçalves, um dos obreiros do Acordo Geral de Paz celebrado, em 1992, entre a Frelimo e a Renamo, convidado a analisar o processo democrático em Moçambique, no ano que agora termina, disse que, “avaliar a democracia num país africano, num ano, significa dizer algumas coisas, mas omitir outras, porque o sistema democrático abrange muitos sectores da vida nacional”.

Sobre as manifestações dos dias 1 e 2 de Setembro, o arcebispo da Beira entende que “as desordens de Maputo e da Matola resultaram de desordens provocadas da situação financeira internacional, havendo razões que nos escapam”.

O arcebispo da Beira refere-se ainda, nesta entrevista, aos investimentos estrangeiros em Moçambique que não levam em conta os interesses legítimos das populações. D. Jaime Gonçalves refere-se, nomeadamente, a alguns mega-projectos que têm levado ao deslocamento forçados das populações.

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