Após tres anos consecutivos de uma subida vertiginosa da sua dívida pública, Moçambique prevê para 2016 uma redução do seu endividament.
Economistas advertem, no entanto, que isso vai ter implicações do ponto de vista de construção de infraestruturas básicas.
Na praça há um alarme por causa do ritmo de crescimento da dívida pública moçambicana, que é muito alto, agravado pela questão da Empresa Moçambicana de Atum, Ematum.
Após esta subida, a revista Economist, que se dedica à análise de questões económicas mundiais, prevê para o próximo ano uma redução significativa do endividamento moçambicano, pelo menos no que diz respeito ao ritmo de crescimento da dívida.
Em termos de stock, segundo o Economist e o Fundo Monetário Internacional, a dívida externa moçambicana está dentro dos parametros aceitáveis.
O economista Ragendra de Sousa diz que essa diminuição vai implicar uma redução de infraestruturas, "porque vamos ter que adiar alguma escola, alguma ponte, vai ser necessário fazer uma opção".
"Mas há endividamento que nao é possível evitar, porque nós temos que manter o país do norte a sul", destacou aquele especialista, explicando ser fundamental construir a ponte de Mocuba, na província central da Zambézia, destruida pelas recentes intensas chuvas, "senão o país fica dividido".
Quanto à ponte KaTembe e à Estrada Circular de Maputo, infraestruturas cuja construção terão contribuído para o aumento da dívida , Ragendra de Sousa disse estarem previstas portagens que, de alguma forma, irão ajudar a pagar aos credores.
Sousa afirmou ainda que, para além disso, as duas infraestruturas podem ser transformadas num investimento privado, tal como aconteceu com a Estrada Nacional número quatro-EN4, que liga Moçambique e África do Sul, concessionada a uma empresa privada.
Refira-se que, actualmente, a dívida externa de Moçambique se estima em cerca de sete mil milhóes de dólares.