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Ascensão de populistas ameaça os direitos humanos, denuncia a HRW


Kenneth Roth, director-executivo, HRW
Kenneth Roth, director-executivo, HRW

Número alarmante de líderes africanos estende mandatos para continuar no poder.

A ascensão de líderes populistas nos Estados Unidos e na Europa representa uma ameaça perigosa à protecção de direitos básicos ao incentivar abusos por autocratas ao redor do mundo, disse hoje a Human Rights Watch (HRW) no lançamento de seu relatório de 2017.

Ascensão de populistas ameaça os direitos humanos, denuncia a HRW
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"A ascensão do populismo representa uma profunda ameaça aos direitos humanos", sublinhou Keneth Roth, director-executivo da HRW.

O relatório realça que eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos depois de uma campanha que fomentava o ódio e a intolerância e a crescente influência de partidos políticos que rejeitam os direitos universais na Europa têm colocado em risco o sistema de direitos humanos do pós-guerra.

Segundo Roth "Trump e vários políticos na Europa buscam chegar ao poder com discursos que apelam ao racismo, à xenofobia, à misoginia, e ao nacionalismo”.

“Todos eles afirmam que as pessoas entendem as violações de direitos humanos como supostamente necessárias para garantir empregos, evitar mudanças culturais, ou prevenir ataques terroristas. Na verdade, o desrespeito pelos direitos humanos oferece o caminho mais provável à tirania,” disse.

A HRW escreve que líderes autoritários na Rússia, Turquia, Filipinas e China exercem a sua própria autoridade no lugar de um governo responsável e do Estado de direito, como suposta garantia da prosperidade e segurança.

Quanto à Àfrica, a HRW diz que um número alarmante de líderes anula ou estende os mandatos para continuar no poder, “enquanto outros têm recorrido à repressão violenta para suprimir protestos sobre eleições injustas ou sobre governos corruptos ou usurpadores”.

E “vários líderes africanos, sentindo-se vulneráveis a possível responsabilização criminal, criticaram duramente o Tribunal Penal Internacional e três países anunciaram retirada de sua jurisdição,” lê-se no relatório.

Perante o cenário, adverte a organização, “o antídoto é que os eleitores exijam uma política baseada na verdade e nos valores sobre os quais é construída uma democracia que respeita direitos.”

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