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Director do FMI adverte contra sementes da próxima crise


Edifício sede do FMI, Washington
Edifício sede do FMI, Washington

“Os desequilíbrios globais estão de volta. E acredito que caso não sejam resolvidos, estes são problemas que vão constituir as sementes da próxima crise”

Dominique Strauss-Khan, responsável do Fundo Monetário Internacional diz que apesar de estar em curso a recuperação global, o sistema monetário internacional continua a precisar de ser reformado. Vários peritos discutiram o actual momento económico na sede do FMI aqui em Washington.

“Os desequilíbrios globais estão de volta. Há grande e voláteis fluxos de capital, pressões sobre taxas de câmbio, crescimento rápido e excessivo de reservas – está tudo de novo a exigir atenção. E acredito que caso não seja resolvido estes são problemas que vão constituir as sementes da próxima crise” – afirmou no início do debate Strauss-Khan.

Os participantes do painel, incluindo Fred Bergsten, director do Instituo Económico Internacional Peterson discutiram o movimento em direcção à criação de entidades regionais que possam trabalhar com o FMI e impedir futuras crises.

Bergsten afirmou que a “resposta que a Europa está a dar à actual situação de crise vai conduzir à criação de um Fundo Monetário Europeu.”

Bergsten acrescentou que a cooperação entre o FMI e a Europa tem sido exemplar, e notou que a Ásia está também a dar passos, mais lentos, que levarão à criação – também ali - de um Fundo Monetário Asiático.

Strauss-Khan reconhece que tem sido algo justa a critica feita ao FMI por ter fracassado em lançar um aviso inicial à aproximação da crise financeira global. Em resposta, disse, o FMI reforçou o seu sistema de vigilância. Defendeu, contudo o FMI dizendo que “quando fala de preocupações, os governos não querem ouvir porque os governos tem tendência a pensar a curto prazo.”

O director do FMI acrescentou que os níveis de desemprego continuam um problema, apesar da recuperação a que se assiste da economia global. De momento, os Estados Unidos, o Norte de África, a Europa estão a responder à elevada taxa de desemprego. Algo, contudo, que irá mudar no futuro, pois nota o responsável do FMI que daqui a 15 ou 20 anos, o grande problema vai ser a resposta a dar aos milhões de jovens a entrar no mercado de trabalho na Ásia e América Latina, e parte do Médio Oriente.

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