Links de Acesso

Prossegue a greve de fome na cadeia da Kakanda, Lunda Norte


Prossegue a greve de fome na cadeia da Kakanda, Lunda Norte
Prossegue a greve de fome na cadeia da Kakanda, Lunda Norte

As poucas informações que chegam de fontes no terreno, nem sempre são verificáveis

A greve de fome dos condenados na cadeia da Kakanda, Lunda Norte cumpre hoje o oitavo dia.

Esta manifestação tem lugar num momento de crise de liderança da Comissão do Manifesto Lunda.

Por causa das dificuldades de acesso a região, este acontecimento tem passado despercebido. As poucas informações que chegam de fontes no terreno, nem sempre são verificáveis.

A agravar a situação, os advogados deixaram de prestar assistência judiciária. Num quadro destes, os grevistas correm riscos de pôr em causa a sua própria sobrevivência.

Os condenados sentem-se injustiçados. Queixam-se de tratamento infra-humano na cadeia onde cumprem penas que variam entre 1-4 anos de prisão.

“A greve de fome continua. Eu venho da cadeia neste momento” disse o soba Mwanguelengue, entrevistado a partir da região rica em diamantes.

Segundo apurou a VOA, para analisar a situação reinante vai ter lugar nos próximos dias uma reunião dos sobas. De acordo com a mesma fonte, sobre o movimento autonomista, uma declaração reflectindo o ponto de vista das autoridades tradicionais, deverá ser produzida no final dos trabalhos do encontro, com data e local exacto ainda não precisados.

É importante sublinhar que por causa da falta de assistência judiciária, questões que poderiam ser resolvidas imediatamente, continuam pendentes. Dois dos reclusos por exemplo têm as suas penas de 1 ano cumpridas, mas continuam na cadeia, por alegada falta de pagamentos das taxas de justiça.

No mais recente dos episódios protagonizados, como consequência das lutas intestinas, os condenados rejeitaram uma proposta de patrocínio judiciário vinda de Jota Filipe Malakito, a quem acusam de traidor.

O contestatário de Jota Malakito, refutou as teses que culpam a divisão interna como causa do sofrimento dos colegas na cadeia da Kakanda e renovou a acusação de traição, contra o então coordenador.

Na sua maioria camponeses, estão conotados com os ideais da autonomia administrativa e financeira.

Foram detidos, julgados e condenados sob a ordem da lei 7/78, entretanto já revogada, lei dos Crimes Contra a Segurança do Estado.

Como se pode entender esta situação dos dois pesos e duas medidas… para Cabinda valeu a revogação da lei dos Crimes Contra a Segurança do Estado, mas para Lunda, não existe contemplação?

Pergunta colocada a Sérgio Kalundungo do OPSA, observatório político e social de Angola.

Eu acho que devia prevalecer o bom senso e o diálogo, ao lugar da posição de força” sublinhou o nosso entrevistado.

XS
SM
MD
LG