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Rio Nilo no centro de disputa regional


Rio Nilo no centro de disputa regional
Rio Nilo no centro de disputa regional

Escassez da água levam países atravessados pelo Rio Nilo a reivindicar o seu controlo

Dois tratados internacionais atribuem a maior parte das águas do Nilo ao Egipto, que praticamente depende dele para a sua sobrevivência.

Contudo os países por onde o rio passa, estão a contestar esses tratados, afirmando que as águas do Nilo também são cruciais para a sua existência.

Muitos são o que dizem que o Rio Nilo nasce na Etiópia, onde são atribuídas as suas águas propriedades miraculosas. Outros dizem que o mais longo rio do Mundo nasce no Lago Tana, descendo profundas cataratas antes de atravessar o Sudão e juntar-se ao Nilo Branco, e percorrer os seis mil quilómetros em direcção ao mar no Egipto.

A Etiópia considera que as águas do Nilo são imprescindíveis para a sua prosperidade. A recém construída barragem hidroeléctrica poderá fazer deste país um exportador de electricidade, assim como o seu mais recente sistema de irrigação que poderá poupá-lo da carência de comida depois de anos da fome.

Oitenta e cinco por cento das aguas do Nilo atravessam as montanhas etíopes, mas o Egipto e o Sudão dizem que dois tratados da era colonial dão-lhes direitos exclusivos sobre quase a totalidade desses recursos. Tariq Ghuneim é emibaxador do Egipto na Etiópia.

“Noventa e cinco por cento das nossas águas vem do Rio Nilo. Nossos irmãos de outros países banhados pelo Nilo têm outras fontes de água.”

Os países do Alto Nilo dizem que o Egipto tem tido o direito mais que suficiente sobre o Nilo.

O especialista etíope em recursos hídricos Imeru Tamrat diz que os tratados assinados entre o Egipto e o Sudão com a potência colonial Inglesa são inválidos.

“Sem o consentimento de países do Alto Nilo, eles dividiram entre si todo o fluxo do Rio. É isso, que chamam de direitos históricos que detém. Não existe o conceito de direito histórico com base na convenção das Nações Unidas.”

Por causa de exigências para uma melhor partilha das águas do Nilo, nove países do Alto Nilo, iniciaram em 1999 conversações que até hoje continuam num impasse.

O Egipto e o Sudão insistem que nenhum tratado deverá afectar os seus interesses. Os países do Alto Nilo dizem por seu lado que os do Baixo Nilo não sofrerão prejuízos significativos com os projectos que têm em carteira para a utilização do fluxo do rio.

O ministro etíope das águas, Teferra Beyene diz que o Egipto quer manter o poder de veto em relação a esses projectos.

No passado mês de Maio cinco países do Alto Nilo assinaram um acordo que poderá lhes garantir um maior acesso as aguas do Nilo, mas o embaixador egípcio na Etiópia opôs-se afirmando que não tomaram em conta as preocupações dos países do Baixo Nilo.

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