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Brasil: Recta Final com Poucas Propostas Concretas


Brasilia
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Segundo muitos analistas, Dilma Rousseff e José Serra chegam à recta final com uma característica comum: a timidez na apresentação de propostas concretas.

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) chegam à reta final do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras sem esclarecer grande parte das suas propostas. Afinal, quais são os pontos que unem ou separam os dois candidatos que disputam o posto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

Para especialistas, Dilma Rousseff e José Serra contam com uma característica comum: a timidez na apresentação de propostas concretas. É notável a dificuldade que o brasileiro enfrenta para ter acesso aos programas de governo dos dois candidatos. Os sites da petista e de José Serra não trazem o documento, que por determinação da lei tiveram que ser entregues à justiça eleitoral.

Economia

Diante do pouco que está colocado, analistas apontam que as maiores divergências entre os dois presidenciáveis refletem as diferenças de foco de uma candidatura liberal, com discurso social, que é o caso de José Serra, de outra de cunho social democrata, representada pela petista Dilma Rousseff.

Para o cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Luiz Quadros, a diferença de foco, principalmente no social, fica mais clara nas propostas econômicas. “O programa de Dilma Rousseff dá mais importância para a expansão do consumo entre as camadas populares, mostra preocupação com o crédito popular e em manter o patrimônio público com o povo brasileiro”, explica Quadros. Já José Serra, segundo o analista, tem um viés mais liberal. “Ele aposta na lógica de que, levar o empresário a ganhar mais significa maior geração de emprego e inserção das pessoas no mercado de consumo”, conclui.

Educação e Segurança

O foco liberal de José Serra e o social democrata, de Dilma Rousseff, também marcam as diferenças entre as propostas que os dois têm para e educação no Brasil. “O programa de Serra enfatiza a formação em massa de tecnólogos. Já Dilma, além da expansão dos cursos tecnológicos, promete atender o sistema de educação, do ensino fundamental à pós-graduação”, avalia Quadros.

Na área da segurança também há divergências nas propostas de José Serra e Dilma Rousseff. O candidato do PSDB não abre mão de criar um Ministério da Segurança Pública. Dilma Rousseff não concorda e defende a continuidade da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), já existentes nas favelas do Rio de Janeiro, como elemento mais importante para combater e derrotar o crime.

Aborto

A campanha política de segundo turno das eleições no Brasil trouxe de forma polêmica o que seria a grande diferença entre os dois candidatos. Dilma Rousseff (PT) seria a favor da legalização do aborto e José Serra (PSDB) contra.

Em entrevista à imprensa, a candidata do presidente Lula teria dado a entender que defende a regulamentação da prática. Para José Luiz Quadros, os dois candidatos, na verdade, estão do mesmo lado, contrários ao aborto. Para ele, no entanto, houve uma interpretação errada do que Dilma falou sobre o assunto. “A candidata disse é que a favor da descriminalização do aborto. Ela é contra tratar as mulheres que são levadas a abortar como criminosa. Isso é diferente de ser a favor ou contra o aborto’, encerra.

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