No Congo, com os actos de violência e os abusos dos direitos humanos a aumentarem de intensidade, a comunidade internacional está intensificar as iniciativas para impedir que os minerais de conflito fomentem ainda maior derrame de sangue.
Todavia formas contraditórias de resolver o problema deixa em dúvida o resultado daquelas iniciativas.
Durante mais de dez anos, a Republica Democrática do Congo tem sido cenário de um dos mais violentos e controversos conflitos do planeta.
Segundo uma comissão sediada em Nova Iorque, mais de cinco milhões e quatrocentas pessoas foram mortas desde 1998, fazendo deste conflito o de maior número de vítimas desde a Segunda Guerra Mundial.
Foi recentemente revelado que a guerra, que assola essencialmente a fronteira leste do país, tem sido agravada pela procura mundial dos abundantes recursos da região, com frequência referenciados como “minerais de conflito”.
A Republica Democrática do Congo possui vastos recursos de metais preciosos com o ouro, o estanho, o tântalo e o tungsténio. Estes quatro elementos são essenciais para muitos equipamentos electrónicos, incluindo os telefones celulares e os computadores.
O controlo destes materiais tornou-se a principal causa da violência na região, com grupos rebeldes a defrontarem-se pelo controlo das minas que produzem aqueles metais preciosos.
A ONU estima que cerca de 500 pessoas foram violadas nas províncias do Kivu Norte e Sul, só nos meses de Julho e de Agosto, com as forças dos rebeldes e do governo implicadas na violência.
Em Julho, o Senado dos Estados Unidos incluiu uma cláusula na legislação sobre Reforma Financeira que obriga as empresas norte americanas que adquiram estanho, ouro e outros metais preciosos a provarem, que os produtos são provenientes de regiões sem conflitos.
A Global Witness acolheu com agrado a recente proibição imposta pelo presidente Joseph Kabila, às actividades mineiras no leste do Congo.
O director da Campanha para o Congo da Global Witness, Daniel Blaint-Kurti manifestou esperança em que a decisão venha a ter êxito.
“Pensamos que esta proibição venha a limpar o sector, e que os mineiros não sejam presas de homens armados”.
O grupo da indústria de estanho, ITRI, iniciou em Julho o rastreio e a certificação das exportações de algumas minas daquelas províncias congolesas.
Muitos analistas acreditam que o governo terá problemas em fazer aplicar a proibição, e alguns prevêem mesmo um aumento do contrabando dos metais.