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Dezassete milhões de lares nos Estados Unidos em crise alimentar


Um em cada Sete americanos com dificuldades em obter alimentos
Um em cada Sete americanos com dificuldades em obter alimentos

Novo relatório do Departamento da Agricultura aponta para a estagnação do número de indigentes apesar da crise económica

Mais de 17 milhões de lares Americanos tinham dificuldades de alimentação em 2010, isto de acordo com um novo relatório do Departamento da Agricultura.

Trata-se de uma proporção quase idêntica ao ano anterior ou seja de 2009, e entretanto em contraste com os 13 milhões de 2007.

A administração Americana afirma que um número cada vez maior de pessoas tem tido dificuldades em obter uma alimentação adequada desde a crise económica surgida em finais de 2007. Cerca de 1 em cada 10 lares americanos não tinha meios para comprar comida naquele ano. Em 2008 essa tendência cresceu para 1 em cada 7 e parece ter-se estabilizado desde então.

O Departamento da Agricultura aponta entretanto, uma relativa melhoria no seu novo relatório: o número de lares afectados desceu no ano passado de 6,8 milhões para 6,4 milhões.

Ross Fraser é porta-voz da rede nacional de Centros de Alimentação conhecida por Alimentar a América, e diz que a situação poderá piorar se não houver ajudas do sector privado.

“As companhias americanas têm realmente avançado e têm nos ajudado com comida e dinheiro.”

Fraser diz que as grandes cadeias de supermercados, os retalhistas e a indústria alimentar têm feito grandes donativos nos últimos anos. Ele sublinha que grupos de fazendeiros contribuíram com 270 milhões toneladas de produtos frescos apenas no ano passado.

As ajudas do governo federal tem sido igualmente cruciais, diz o Subsecretário de Estado da Agricultura Kevin Concannon, que realça que o número de indigentes não subiu apesar do persistente desemprego.

“Para mim, é um reflexo do impacto dos 15 programas federais de nutrição que estão a ser aplicados como se tinha acordo há longos, longos anos atrás. Esses programas são supostos responder aos casos críticos de famílias com dificuldades em obter comida de forma que possam recuperar-se socialmente.”

Dezanove milhões de famílias foram inscritas no ano passado num desses programas federais de nutrição. Em 2007 eram cerca de 12 milhões o número de inscritos.

Os defensores desta política social temem a situação no próximo ano, quando o Congresso debater os cortes no orçamento federal. A Câmara dos Representantes de maioria republicana aprovou a redução em 10 por cento dos 6 mil milhões de dólares de programa de nutrição para as mulheres grávidas e crianças. Os líderes políticos disseram que o orçamento reflecte escolhas difíceis que visam no entanto reduzir o massivo défice federal.

David Beckmann, presidente do grupo anti-fome “Pão para o Mundo” não concorda com os cortes orçamentais.

“Podemos reduzir os défices federais americanos sem ter que criar novos indigentes. É justo não por em causa os programas que apoiam as pessoas que têm dificuldades em alimentar as suas crianças.”

No Senado, que é controlado pela maioria democrata essa lei ainda não foi aprovada. Beckmann diz que a sua organização e outras associações similares esperam convencer os legisladores a pouparem as redes de auxílio e de segurança social dos cortes orçamentais. Mas numa altura em que a dívida federal se aproxima de 15 triliões de dólares, muitos congressistas dizem que tudo vai continuar sobre a mesa.

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