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Medicina Tradicional Tem Força em Moçambique


Medicina Tradicional Tem Força em Moçambique
Medicina Tradicional Tem Força em Moçambique

Faz-se um grande esforço, constrói-se hospitais, centros e postos de saúde, mas, trinta e cinco anos depois da proclamação da independência nacional, ainda há pessoas que têm de percorrer longas distâncias para ter acesso a cuidados médicos, dos mais primários.
Em Moçambique, existem pouco mais de mil, duzentas e cinquenta unidades sanitárias para uma população que ultrapassa os vinte milhões de habitantes.
São 11 províncias, 128 distritos e vários milhares de postos administrativos e localidades.
E há pontos onde dificilmente se encontra um médico ou alguém que possa prestar uma assistência sanitária moderna e capaz.
E é aí onde entram os médicos tradicionais ou curandeiros, como popularmente são conhecidos.
E são em número muito mais significativo do que os convencionais.
Enquanto os médicos modernos são chegam aos mil e quinhentos, os tradicionais, pelo menos aqueles associados ao Fórum da Medicina Tradicional ou Alternativa, um Fórum legalmente reconhecido pelo Estado, são cerca de trinta e cinco mil.
E a sua actividade é considerada muito importante.
O Ministério da Saúde diz mesmo que os praticantes da medicina tradicional curam tanto, como os convencionais.
(Ouça a declaração de Felisbela Gaspar, bióloga botânica de profissão, Directora do Instituto de Medicina Tradicional, uma instituição criada e tutelada pelo Ministério Moçambicano da Saúde, criada precisamente como reconhecimento da importância da prática da medicina tradicional em Moçambique.
O Estado reconhece a importância dos chamados curandeiros, mas manifesta preocupação.
Preocupação em relação a muitos que se intitulam praticantes mas que, na verdade, são apenas oportunistas.
Em Moçambique, tem havido casos de crimes que ocorrem e são protagonizados por pessoas que acreditam que, se eliminarem fisicamente um membro da família têm a possibilidade, por exemplo, de melhorar a sua vida ou de prosperar.
E não raras vezes, surgem notícias que falam do assassinato de várias pessoas a quem são extraídos órgãos humanos, para fins, que se pensa, tenham ligação com magia negra.
Uma prática que o Ministério da Saúde condena e desencoraja, como refere a Directora do Instituto de Medicina Tradicional, Felisbela Gaspar.(ouça as duas declarações) Maria de Fátima Mangore, é jurista de profissão, mas é também praticante da medicina tradicional.
Ela preside o Fórum da Medicina Tradicional, que congrega cinco associações de médicos tradicionais.
E também ela condena aqueles que usam a medicina tradicional para enganar as pessoas.
Maria de Fátima Mangore, Presidente do Fórum da Medicina Tradicional, falando à Voz da América sobre uma das preocupações que afligem a classe, nesta terça-feira, dia em que, em África, todos os praticantes da Madicina Tradicional estão em festa.
Celebra-se, no continente, o Dia da Medicina Tradicional.
Para o Fórum liderado pela jurista Maria de Fátima, uma das apostas para o futuro, em Moçambique, é formar os médicos tradicionais e procurar estreitar a parceria com o Ministério da Saúde e, ainda, tornar comum a linguagem clínica que as duas partes usam no seu dia-a-dia profissional.

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