Links de Acesso

RENAMO: Manuel Bissopo promete continuidade


Membros da bancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da República de Moçambique (Arquivo)
Membros da bancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da República de Moçambique (Arquivo)

Novo Secretário-geral do maior partido da oposição de Moçambique defende a continuidade na gestão partidária e mudança da lei eleitoral

O novo Secretário-geral da RENAMO prometeu rejuvenescer as estruturas do partido de forma a assegurar as deliberações do Conselho Nacional do partido.

Manuel Bissopo foi nomeado Secretário-geral da principal força política da oposição moçambicana no último fim-de-semana, tendo prometido assegurar uma política de continuidade.

Bissopo ascende ao cargo de secretário-geral da RENAMO aos 46 anos de idade e foi o único candidato na lista de concorrentes, tendo igualmente sido apontado pelo líder do partido, Afonso Dhlakama.

Antigo guerrilheiro, Bissopo participou da guerra democracia, conhecida por "guerra dos 16 anos." Após o Acordo Geral de Paz, foi candidato derrotado nas terceiras eleições autárquicas de 2008 pelo município de Dondo em Sofala, de onde é Natural.

Em 2009, foi delegado político da Renamo na cidade da Beira, tendo no ano seguinte em 2010 sido indicado delegado político provincial pela Renamo.

É diplomado em Economia pela Universidade Católica de Moçambique na cidade da Beira e é deputado da Assembleia da Republica de Moçambique na actual alegislatura.

Perfil de Manuel Bissopo

O novo Secretário-geral da RENAMO assume-se como uma figura que sempre esteve envolvida nos verdadeiros momentos de viragem do país e mostra-se determinado em proceder reformas com vista ao progresso do país.

Manuel Bissopo defende a continuidade das acções que definidas pela anterior administração do partido, e no que toca os desafios eleitorais.

No que toca aos desafios políticos futuros, adianta como necessária a mudança da lei eleitoral.

O secretário-geral da RENAMO sugere introduzir ao nível do partido da Perdiz, um novo elemento de motivação para a juventude de forma a fazer fase aos planos traçados no Conselho Nacional, mesmo sem ter avançados quais. Afirmou que o objectivo principal da sua pretensão é permitir que os jovens encontrem espaço de dialogo no sentido de desenvolver o seu conhecimento para o progresso do partido e do país em geral.

Ainda o encontro do Conselho Nacional da Renamo procedeu várias mudanças em diversos departamentos com destaque para o departamento de organização, informação, Administração Rural e Poder Local e o departamento da política externa.

Afonso Dhlakama defendeu durante o encerramento do conselho Nacional no último fim-de-semana, a criação de um sistema federal para acabar com o que considera de política de exclusão, no país.

”Cada partido deve concorrer na sua própria província ou criarmos aquilo que chamaríamos de Estado Federados, “ disse Afonso Dhlakama.

Para Afonso Dhlakama, “a politica de exclusão é extremamente perigosa e pode transformar Moçambique em grandes lagos, com dois ou mais Estados, à semelhança do que está acontecer nalguns países africanos, com destaque para Somália, Sudão e Mali”.

O líder da “perdiz” fazia alusão às propaladas assimetrias regionais e fraudes eleitorais, supostamente promovidas pelo partido no poder, a Frelimo.

“Queremos eleições livres e transparentes. Eleições que vão criar a verdadeira mudança e se a Frelimo não aceita que diga publicamente que não quer a Renamo”. Disse, acrescentando que “há muitas empresas que vem investir, sobretudo na área de mineração, mas a riqueza beneficia uma dúzia de indivíduos de uma certa etnia.

Dhlakama anunciou que o seu partido vai, a partir deste ano, desencadear uma campanha politico-diplomática, como forma de pressionar o Partido e o governo de Armando Guebuza a libertar os intelectuais do regime comunista.

“Há licenciados que abandonam os pais à procura de melhores condições de vida no estrangeiro e até preferem ir varrer no Malawi ou no Zimbabwe porque em Moçambique não existe uma política de emprego.”disse, sublinhando que “ vamos obrigar a Frelimo a libertar os intelectuais para estes possam contribuir com as suas próprias capacidades no desenvolvimento deste pais”.

Entrevista de Manuel Bissopo à Voz da América

O analista político moçambicano Helder Jawana diz por sua vez que a eleição de uma nova direcção não iliba as responsabilidades de Afonso Dhlakama no desgaste político a que a RENAMO vem fazendo face.

Jawana adianta que o novo secretário-geral do partido, Manuel Bissopo é uma figura desconhecida e que para ter sucesso terá que assumir-se como o propulsor de uma nova visão político-social susceptível de galvanizar o eleitorado.

Para o Jawana que relativiza a importancia da eleição do secretário-geral, a RENAMO deve apresentar propostas alternativas credíveis e susceptíveis de angariar a aceitação popular e do eleitorado.

Análise do comentador político Helder Jawana

XS
SM
MD
LG