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Quase três milhões de líbios registaram-se para votar


Nos cafés de Tripoli as atenções encontram-se centradas na eleição

Primeiro sufrágio multipartidário em 60 anos

Quase três milhões de líbios registaram-se para votar, amanhã sábado, no primeiro sufrágio multipartidário em 60 anos.

Vão escolher entre mil e 400 candidatos para uma Assembleia Nacional de 200 lugares que irá formar um governo interino e redigir uma constituição, que irá conduzir, no próximo ano, a uma nova eleição.

Há nove meses atrás, os Líbios celebravam na praça central de Trípoli, que passaram a designar por Praça dos Mártires, em memória dos que morreram na revolução que pôs termo a 42 anos de regime de Moammar Gadhafi.

A praça encontra-se repleta de trânsito e decorada com cartazes de campanha eleitoral para o sufrágio de sábado.

Nos cafés de Trípoli as atenções encontram-se centradas na eleição.

Amin Siyal, um estudante que se encontra a passar o Verão, estuda na Inglaterra.

“As coisas não mudaram muito. Esta a realidade actual. Sabemos que as coisas vão melhorar por que vamos ter eleições, um novo governo e isso vai trazer as mudanças”.

Não muito longe, num café tradicional próximo de uma ruina Romana, vários idosos falam igualmente de política. Dizem que muitos líbios não compreendem no que vão votar, mas que isso não importa.

Segundo eles a importância do sufrágio é secundaria quando comparado com o sangue que foi derramado para tornar a revolução num êxito.

Ainda existem preocupações sobre a segurança, a meio de confrontos tribais, recontros entre milícias formadas pela revolução, e disputas regionais sobre a partilha do poder.

A Amnistia Internacional indicou esta semana que estes problemas têm de ser controlados.

Um analista britânico partilha da preocupação, mas indicou que no geral a trajectória da Líbia é positiva.

Os problemas não parecem importunar um médico que recorda-se da última eleição livre na Líbia, em 1952, quando tinha apenas seis anos de idade.

Existem mais de 140 partidos e pequenas facções que fizeram campanha eleitoral, e centenas de candidatos independentes.

Os Islamitas devem obter bom resultado, bem como um grupo secular de individualidades que estiveram envolvidas no processo de transição.

Mas os Líbios esperam que o país venha a seguir um curso moderado independentemente de quem venha a ser eleito.

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