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Terminou cimeira Rio+20


Líderes mundiais participaram na Rio+20
Líderes mundiais participaram na Rio+20

Os países da África passaram pela Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, desabafando preocupações, fazendo pedidos de cooperação, defendendo a economia verde e pedindo mudanças nas Nações Unidas.

Terminou Conferência Rio+20

Os países da África passaram pela Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, desabafando preocupações, fazendo pedidos de cooperação, defendendo a economia verde e pedindo mudanças nas Nações Unidas.

Durante a Conferência, no Rio de Janeiro, o governo brasileiro fez questão de deixar clara uma atenção especial aos países africanos. Nos raros intervalos do evento, a presidenta Dilma Rousseff atendeu a pouquíssimos pedidos para encontros bilaterais. Entre os escolhidos estavam os presidentes do Senegal e da Nigéria. Além disso, Dilma jantou com cerca de 50 representantes da União Africana.

A Conferência da ONU termina nesta sexta-feira, 22, sem ter conseguido garantir os mecanismos que vão permitir passar da ação à prática. Mas, não faltaram relatos, sobretudo de representantes dos países africanos, mostrando a preocupação com a falta de resolução para graves problemas do mundo.

O embaixador de Cabo Verde junto das Nações Unidas, Antônio Pedro Monteiro Lima, foi o autor de um desses relatos. Ele externou, na Rio + 20, a preocupação comum dos países participantes da Conferência, principalmente, os africanos.

“A situação com as mudanças climáticas, com a falta de financiamento para o desenvolvimento, com as crises que afetaram todo o mundo (financeira, econômica e de alimentos), tudo isso faz com que todos os países tenham vindo ao Rio de Janeiro com muita preocupação”, afirma.

“Tenho a impressão que todos os países vieram com muita expectativa, mas também com certo receio de que não vamos alcançar todos os resultados que nós queremos e que a situação de países, como os da África, exige”.

“Eles têm problemas enormes e, se nós não conseguirmos respostas adequadas para esses problemas, eu receio de que a situação desses países venha a piorar, como a situação do Corno da África. É intolerável, neste início de século, ver que crianças morrem porque não podem alimentar-se ou medicar-se, ” diz.

Para o vice-ministro da Agricultura de Angola, José Amaro Tati, de todo jeito, com ou sem resultados concretos eventos como a Rio + 20 são muito importantes.

“Eu penso que todas as vezes que o mundo puder unir-se para discutir os problemas, por aí já é muito bom. Essa Conferência é uma oportunidade para retomarmos assuntos que foram abordados em 1992. Temos consciência de que muita coisa foi feita e muita coisa não foi feita”, afirma.

“Mas, também, acima de tudo, depois dos diálogos entre chefes de estado chefes, de governo, vários governantes e profissionais de várias áreas, será uma grande oportunidade para dar mais energia ao esforço coletivo de fazermos um mundo melhor”.

Tai lembra que os países poderiam estar, cada um do seu lado, a pensar o que fazer. “Mas, é melhor estarmos juntos, dialogarmos, encontrar um caminho, que é o que todos queremos”.

O vice-presidente de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, falou da expectativa do governo com a Rio +20.

“Consideramos que as decisões políticas aprovadas durante a Conferência deverão se pautar no respeito pela soberania, igualdade e solidariedade entre os Estados. O governo angolano reconhece os princípios que sustentam a Agenda 21 assim como a vida efectiva para se alcançar o desenvolvimento sustentável, a equidade entre géneros e a melhora da qualidade de vida, envolvendo nesse trabalho conjunto as universidades, sector privados, comunidades locais e sectores da sociedade civil”.

O vice-presidente angolano defendeu a economia verde e mudanças nas Nações Unidas.

“A economia verde deve ser vista como um instrumento que contribua para erradicação da pobreza, auto-suficiência alimentar e resposta aos problemas sociais e de qualidade de vida das populações”, afirmou.

“A República da Angola reconhece o importante papel das Organizações do sistema ONU como veículo de transmissão de tecnologia e de assistência técnica para o alcance os objectivos e metas internacionais acordadas. Consideramos, no entanto, que é preciso adequá-la ao novo contexto de desenvolvimento das nações de modo que haja uma reflexão e compatibilização dos acordos globais e internacionais e a efectiva implementação dos mesmos a nível nacional”.

Alguns países africanos, como Cabo Verde, deixaram claro suas necessidades e pedido de ajuda, como foi o caso do ministro do Ambiente, Habitação e Ordenamento de Território de Cabo Verde, Antero Veiga.

“A disponibilidade é total para encontrarmos pontos de diálogo e cooperação frutífera para nos ajudar, tanto no objectivo específico das energias renováveis, como também outras áreas de cooperação”.

O ministro disse que Cabo Verde afirmou que conta com o Brasil e com demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para ajudar o país a atingir a meta de 100% de energia renovável. Neste momento, Cabo Verde tem 25% de energia renovável.

Durante a Rio + 20 foi feito o lançamento oficial de um acordo tripartido entre Brasil, França e o bloco regional de países africanos do Sahel para fortalecer o combate à desertificação.

O Brasil, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai iniciar uma série de acções estratégicas voltadas para a cooperação científica no continente Africano com esse intuito.

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