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Grupos islâmicos manifestam-se no Egipto


No Egipto, vários grupos islâmicos convocaram manifestações em massa, enquanto o país aguarda nervosamente pelos resultados oficiais da segunda volta das primeiras eleições presidenciais livres.

Grupos islâmicos manifestam-se no Egipto

No Egipto, vários grupos islâmicos convocaram manifestações em massa, enquanto o país aguarda nervosamente pelos resultados oficiais da segunda volta das primeiras eleições presidenciais livres.

Milhares de manifestantes passaram a noite na famosa Praça Tahrir, no Cairo, para denunciarem o que consideram como uma tomada do poder pelos dirigentes militares interinos do Egipto e fazendo apelos às autoridades para divulgarem finalmente os resultados finais da segunda volta das presidenciais.

A comissão nacional de eleições adiou a divulgação dos resultados, que deveriam ter sido publicados na quinta-feira, porque disse precisar de tempo para investigar alegações de fraude de ambos os candidatos.

Tanto Mohammed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, como o antigo primeiro-ministro Ahmed Shafiq, reclamam vitória. Na quinta-feira, Shafiq repetiu essa reivindicação:

“Como candidato presidencial e baseando-me nas contagens dos votos em todas as assembleias de voto e de acordo com a minha observação da campanha, estou confiante de que serei o legítimo vencedor, assim Deus o queira.”

Apoiantes de ambos os contendores ameaçaram represálias caso o seu candidato perca.

O adiamento dos resultados eleitorais é apenas parte do impasse político no Egipto. Na semana passada, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que dirige provisoriamente o país, tomou uma série de medidas destinadas a solidificar o seu poder, incluindo a dissolução ordenada pelo tribunal do parlamento dominado por islamitas.

Em Washington, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que os militares egípcios deviam “cumprir as suas promessas” de entregar o poder ao vencedor da segunda volta das eleições presidenciais. Numa entrevista televisiva na quarta-feira, Clinton qualificou as acções dos militares de “verdadeiramente perturbantes”:

“Pensamos ser imperativo que os militares cumpram as suas promessas para com o povo egípcio de entregar o poder ao legítimo vencedor. Não sabemos ainda quem vai ser o vencedor das eleições, mas pensamos que os militares têm de cumprir as suas promessas e as acções que tomaram na semana passada são claramente perturbantes e trata-se de uma situação que se movimenta muito rapidamente.”

A agência noticiosa oficial egípcia MENA informou que a comissão nacional eleitoral poderá anunciar os resultados da segunda volta das presidenciais no sábado ou domingo.

Um outro elemento a acrescentar ao sentimento de incerteza é o estado de saúde do antigo presidente Hosni Mubarak, derrubado no ano passado e que cumpre uma pena de prisão perpétua por não ter impedido a morte de manifestantes durante a revolta.

Fontes de segurança disseram que o estado de saúde de Mubarak, de 84 anos, que se diz estar em coma, melhorou ligeiramente depois de ter sofrido uma trombose no princípio da semana.

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