Operações americanas em África
Responsáveis militares quenianos desmentiram que os Estados Unidos estejam a utilizar o território, ou o espaço aéreo, para efectuar missões de regionais de vigilância, como tinha sido adiantado pelo jornal Washington Post.
O artigo descrevia a expansão das operações norte-americanas de recolha de informação em África.
O artigo do Washington Post incluía o Quénia numa lista de países do leste Africano onde os Estados Unidos têm estado a efectuar operações de fiscalização aérea, ao lado da Etiópia, do Djibouti, do Uganda e das Seychelles.
Um porta-voz do sector militar queniano, o Coronel Cyrus Oguna, indicou à Voz da América não ter conhecimento de um tal programa no seu país.
“No que nos diz respeito, os Estados Unidos não estão a utilizar o espaço aéreo queniano ou quaisquer bases que possam lançar unidades de observação. No entanto, sei que temos acordos bilaterais no domínio da partilha de informação para combate ao terrorismo”.
O sector militar dos Estados Unidos mantem uma pequena presença – cerca de 120 militares – estacionados na base naval da Baia de Manda, no Quénia.
O Post referia que comandos da Marinha dos Estados unidos tem utilizado a base para desencadear operações contra os piratas somalis e os militantes da al-Shabab.
O comando militar norte-americano para África, o AFRICOM, não confirmou a natureza ou localização exacta das operações de fiscalização em África.
No entanto numa declaração, o AFRICOM indicou que “os Estados Unidos trabalham rotineiramente com as nações africanas parceiras no combate daqueles que ameaça a segurança regional e a estabilidade em África”.
Destacou ainda que os Estados Unidos utilizam equipamento de vigilância e reconhecimento tendo por “base as ameaças de segurança de preocupação mútua”.
O general Carter Ham, da AFRICOM solicitou o ano passado ao Congresso apoio para a expansão das capacidades de recolha de informação a fim de acompanhar as ameaças terroristas no continente Africano.
Aquele oficial general indicou que os principais alvos são a al-Shabab na Somália, o Exercito da Resistência do Senhor na região central de áfrica, e a al-Qaida do Magreb Islâmico no ocidente.
O artigo do Washington Post indicava que os programas de fiscalização originados a partir do Uganda e do Burkina Faso estão a utilizar pequenos aparelhos pilotados por elementos contratados pelo governo dos Estados Unidos.
A AFRICOM confirmara anteriormente estar a usar uma pequena base na Etiópia para lançar aparelhos não tripulados desarmados para fiscalização sobre a Somália.
Um programa idêntico no arquipélago das Seychelles, no Oceano Indico, atraiu as atenções quando aparelhos não tripulados que descolaram daquela base se despenharam em Abril e em Dezembro passado.
O sector militar desde então suspendeu os voos a partir das Seychelles.