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Abrandamento económico chinês penaliza África


O Banco Mundial acha que o abrandamento da economia chinesa poderá ter implicações negativas no crescimento económico em África.

O vice-presidente para África do Banco Mundial, Makhtar Diop, afirmou que estava a seguir com especial atenção as consequências do abrandamento económico chinês nos países fornecedores e matérias-primas, muitos deles no continente africano.

Nos últimos dias as notícias da redução da produção industrial chinesa juntaram-se às preocupações geradas pela crise na Europa.

Segundo Diop, antigo ministro da economia e finanças do Senegal, há dez anos atrás um abrandamento da economia chinesa não teria efeitos em África. Contudo hoje em dia essa premissa já não corresponde à realidade.

“ Não disponho de números exactos, mas, trata-se de algo novo que temos que tomar em consideração. Isso não era o caso há 10 anos atrás quando a China não era um grande parceiro comercial do continente. Hoje em dia a China é um parceiro significativo e temos que levar em linha de conta o que se passa naquele mercado”, disse Diop.

No entanto, o director do Banco Mundial para a Etiópia, Guang Chen, acha que a crise na Europa e o abrandamento na China poderão eventualmente transformar-se numa oportunidade para as economias africanas. Segundo ele os fabricantes internacionais procurando gastar menos poderão olhar com mais atenção para países tais como a Etiópia.

“ Trata-se aos mesmo tempo de um risco e de uma oportunidade na medida em que algumas das companhias que operam na China terão mais pressões para competir neste ambiente e poderão ter um incentivo para diversificar para regiões onde os custos sejam menos elevados. Pode ser portanto uma oportunidade para a África”, disse Chen.

Makhtar Diop afirmou ainda nas suas decalarações à VOA que entre as suas prioridades como vice-presidente do Banco Mundial para África estará a promoção de uma maior actividade agrícola através do continente.

A esse respeito Diop afirmou que não há uma solução mágica para acabar com a baixa produtividade em muitos países africanos. Segundo ele é necessário um mecanismo para permitir que os pequenos agricultores adoptem novas tecnologias assim como um sistema que os isole das oscilações dos mercados e que lhes permita uma maior rentabilidade.

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