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Guiné-Bissau sem minas terrestres dentro de um ano


O ex-embaixador americano na Guiné-Bissau, John Blacken, mostra algumas das 126.000 minas que a sua organização, HUMAID, retirou do país.
O ex-embaixador americano na Guiné-Bissau, John Blacken, mostra algumas das 126.000 minas que a sua organização, HUMAID, retirou do país.

Guine Bissau, uma nação de um milhão e seiscentas mil pessoas, localizada entre o Senegal e a Guiné Conakry

Uma organização dedicada à remoção de minas terrestres na Guiné Bissau indicou que o país ficará livre de minas no ano de 2012.

O grupo HUMAID indicou estar prestes a concluir as operações na Guine Bissau, uma nação de um milhão e seiscentas mil pessoas, localizada entre o Senegal e a Guiné Conakry.

O antigo embaixador dos Estados Unidos na Guiné Bissau, John Blacken, que dirige aquela organização, ma infestou a esperança de remover as minas anti pessoais e anti tanque, espalhadas pelo norte e o sul do território a meio do próximo ano.

Cerca de mil e quinhentas pessoas foram mortas pelas minas, deixadas ao longo de três conflitos, incluindo a guerra de Libertação na década de setenta, a guerra civil dos finais dos anos noventa e a rebelião de Casamance de 2006.

A prioridade da HUMAID foi a cidade capital de Bissau, que se transformou em zona de guerra durante o conflito civil de 1998 e de 1999.

Milhares de civis tiveram de fugir da violência e ao regressarem à cidade, desconheciam a colocação de minas nos arredores de Bissau, a linha da frente do conflito.

Blacken sublinhou que se sentiu motivado a ajudar o país, onde tem vivido desde de se ter reformado do serviço diplomático nos finais dos anos oitenta.

“Não tínhamos dinheiro, mas oito de nós, começamos a recolher munições que não tinham explodido, e que se encontravam no centro da cidade”.

Blacken obteve o dinheiro que necessitava para adquirir mais equipamento e obter o pessoal, e tem tido suficiente apoio financeiro de doadores internacionais.

Bissau foi declarada livre de minas em 2006.

A maioria da equipa de Blacken são antigos soldados que foram re treinados na desminagem. Trata-se de um processo perigoso e lento que envolve em estabelecer um perímetro baseado na detecção de minas e de entrevistas com os locais.

O pessoal divide a área e trabalha em blocos de um metro de lado, espetando varetas no solo para tentar encontrar os explosivos.

A HUMAID já destruiu, desde o ano dois mil, 126 mil 709 minas, sem nunca ter um acidente. A HUMAID está a operar nos campos de mina da guerra de libertação com Portugal.

Blacken destaca que quando a sua equipa começou a trabalhar na área os locais disseram que evitavam acidentes não atravessando os terrenos adjacentes às suas casas.

Mil e duzentas pessoas foram vitimadas pelas minas, um número sem conta de vacas, que estavam a pastar.

Blacken destaca que no caso de o explosivo estar em condições, a mina pode ficar activa durante décadas, tornando-se mais frágil com a passagem do tempo.

“Temos muita satisfação no que fazemos. Satisfação cada vez que retiramos uma mina, pois retiramos uma ameaça à vida de alguém”.

Não são muitas as ONG´s que podem dizer que ficaram sem trabalho após terem cumprido o seu mandato, e Blacken afirma-se orgulhoso do que a sua equipa obteve.

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