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União Africana preocupada com a situação na Líbia


União Africana preocupada com a situação na Líbia
União Africana preocupada com a situação na Líbia

Organização pan-africana continua dividida sobre a solução para a Líbia, durante a cimeira em Adis-Abeba

Líderes africanos concluíram hoje uma cimeira de dois dias para debater as soluções as crises no continente.

Segundo o correspondente da VOA Peter Heinlen, os chefes de Estados e de governos ainda estão divididos sobre a posição a tomar em relação a situação na Líbia.

O governo do Coronel Kadhafi tinha solicitado uma cimeira africana depois da intervenção da NATO mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo o jornalista da VOA que cobriu o inicio ontem desta cimeira a porta-fechada, as discussões terão caído no impasse no que toca as estratégias a adoptar.

Diplomatas que tomaram parte na reunião disseram que pela primeira vez o debate incluiu sugestões de que a União Africana devia incluir na sua proposta e de forma clara a saída de Kadhafi do poder como parte de soluções a negociar. Mas esta posição poderá não ter sucesso, e corre o risco de ser facilmente rejeitada por causa da influência que o líder líbio tem dentro da organização e do apoio principalmente financeiro que ele tem garantido ao seu funcionamento.

Uma minoria de países africanos suspendeu as relações diplomáticas com Tripoli. Esta semana por exemplo, o Senegal, um antigo aliado do regime de Kadhafi reconheceu o Conselho Nacional de Transição, o braço político do movimento rebelde.

O presidente da Comissão Africana, Jean Ping não perdeu entretanto, a oportunidade para criticar o papel do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia durante a abertura ontem da cimeira e em que estava presente o Secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon.

“Certos actores internacionais parecem ter negado à África qualquer iniciativa na busca de uma solução pacífica para a situação na Líbia. África não deve ser um espectador do que está a acontecer.”

Jean Ping está a apelar aos actores internacionais a submeterem-se a liderança da União Africana na busca imediata de um cessar-fogo e de negociações dirigidas por um painel de Chefes de Estados africanos. Ping disse que mesmo a actual solução que inclui os ataques aéreos da NATO não está a ter resultado.

O presidente da Comissão Africana sublinhou que apesar do esforço feito até ao presente, parece não haver soluções ao fundo do túnel. Adiantou que no terreno a situação é desesperante e marcada por lutas persistentes entre as partes, e as operações da NATO parecem ter aumentado de intensidade.

Contudo o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon ao intervir na sessão, defendeu que o Conselho de Segurança preveniu uma catástrofe ao intervir de forma rápida para proteger civis apanhados no meio do conflito. Moon disse que as Nações Unidas comprometem-se a apoiar e respeitar os objectivos a serem definidos pelos líderes africanos.

“Ontem a noite, falei demoradamente com o primeiro-ministro da Líbia para ouvir as suas preocupações acerca da intensificação dos bombardeamentos. Eu insisti sobre a necessidade de um cessar-fogo urgente e de negociações sérias sobre a transição para um governo que cabalmente vá de encontro as aspirações do povo líbio.”

A delegação líbia a esta cimeira foi liderada pelo ministro dos negócios estrangeiro Abdelati Obeidi. Representantes do Conselho Nacional de Transição – CNT – do grupo rebelde, estiveram também presentes, mas não participaram nas discussões.

No passado o CNT tinha rejeitado liminarmente uma proposta de paz da União Africana por não ter apelado de forma explícita à demissão do Coronel Kadhafi e do seu regime. Membros do Conselho disseram que saudariam desta vez uma maior acção da União Africana na busca de uma solução negociada ao conflito.

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