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Brasil: Polícia dúvida de programa de desarmamento voluntário


Brasil: Polícia dúvida de programa de desarmamento voluntário
Brasil: Polícia dúvida de programa de desarmamento voluntário

Programa deverá começar Sexta-feira

A polícia federal brasileira não acredita que a venha a ter grandes resultados.

Para representantes do Sindicato dos Policiais Federais é de pouca efectividade convencer o brasileiro a entregar suas armas, enquanto, a cada minuto, milhares de outras, inclusive de grande porte, entram pelas fronteiras do país de dimensões continentais e frágil fiscalização.

Para analistas, o drama da violência armada no Brasil tem forte relação com a falta de controle das armas produzidas no país, mas, também, com a falta de eficácia da fiscalização das contrabandeadas. Para piorar o cenário, o decreto 7446/11, recém publicado, diminui as verbas para despesas com diárias e outros gastos dos policiais federais responsáveis pelo controle das fronteiras brasileiras.

Hoje já escancaradas para a entrada de armas e drogas, as fronteiras podem ficar ainda mais abertas para a ilegalidade: serão mais e mais armas entrando todos os dias, a maioria tendo como destino os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Minas Gerais, Luís Antônio de Araújo Boudens, a falta de estrutura de fiscalização nas fronteiras brasileiras invalida ações como a campanha de desarmamento que começa nesta sexta-feira, no Brasil.

“No Rio de Janeiro, as origens das armas são duas e uma é bem maior que a outra. A primeira é a arma que entra ilegal pela fronteira sem controle, escondida pelo contrabando. A segunda são as armas que já foram apreendidas e retornam para o meio criminoso por causa da corrupção,” disse.

Segundo ele, a solução para o controle de armas e, conseqüente, diminuição do número de homicídios passa pelo reforço da inteligência policial e da fiscalização nas fronteiras.

“A união da atividade de inteligência com a presença maciça na fronteira pode resolver, desde que uma seja combinada com a outra. Com uma atividade de inteligência bem montada e treinada, juntamente com a Polícia Federal poderíamos estar bem perto da solução,” acrescentou


Para Boudens, faltam união e vontade política para que o problema das armas seja resolvido no Brasil.

“Pela Constituição Federal há limitação da atuação das Forças Armadas nas fronteiras, mas qualquer união nesse sentido, é bem vinda. De vez em quando, observamos o exército no Rio, há presença deles na fronteira do Paraguai, mas ainda não vi essa atuação conjunta, feita de forma planejada que dê bons resultados para que a sociedade sinta”, explica.

“Pessoas treinadas eu garanto que existem em todos os órgãos. Nós temos pessoal qualificado dentro e fora do país. Falta mesmo é a vontade política de reunir essas pessoas, quem têm conhecimento nessas áreas e também poder de decisão para que essas forças se unam de forma contundente contra crime,” acrescentou

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