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Líbia: Intervenção externa suscita reacções negativas e volte face da Liga Árabe


Protesters hold hands to isolate an area for others to attend prayers in Taksim Square, Istanbul, Turkey. Protests over past two weeks and occupation of a central Istanbul park have become a flashpoint for the largest political crisis of Prime Minister Recep Tayyip Erdogan's 10-year rule.
Protesters hold hands to isolate an area for others to attend prayers in Taksim Square, Istanbul, Turkey. Protests over past two weeks and occupation of a central Istanbul park have become a flashpoint for the largest political crisis of Prime Minister Recep Tayyip Erdogan's 10-year rule.

A União Africana e a Rússia deploraram o carácter ocupacionista da intervenção avalizada pela ONU. A Liga Árabe também, mas depois recuou.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse, nesta segunda-feira, respeitar e não ter objeções à resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), que autoriza o uso de “todos os meios necessários” para impor uma zona de exclusão aérea e garantir a segurança de civis na Líbia. Amr Moussa destacou, particularmente, que o documento não prevê a invasão do país. A declaração foi feita um dia depois de o líder da Liga Árabe criticar os ataques aéreos realizados por Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e países aliados, dizendo que as ações vão além do mandato da ONU e que a Liga Árabe queria proteger os civis e não bombardeá-los.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu à comunidade internacional que “fale com apenas uma voz” ao implementar a resolução do Conselho de Segurança. Ban Ki-Moon reforçou a importância do apoio da Liga Árabe para a aprovação da medida, na quinta-feira passada.

A Rússia pediu que a comunidade internacional pare o que chamou de “uso indiscriminado da força” na Líbia e acusou a operação de matar civis. No domingo, a União Africana também solicitou “limite” à comunidade internacional e que a autoridade líbia garanta ajuda humanitária a todos os necessitados.

Nesta segunda-feira, representantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) voltam a se reunir em Bruxelas para definir o papel da aliança na Líbia.

No último sábado, teve início a ação militar internacional. Mísseis guiados norte-americanos foram lançados nos primeiros ataques aéreos ao regime de Muammar Kadhafi.

Neste domingo, as nações aliadas intensificaram os ataques às forças pró-governo líbio, rechaçando uma ofensiva contra os rebeldes em Benghazi, segunda maior cidade do país e onde os protestos anti-regime que deram início ao violento conflito começaram. Esta segunda onda de ataques teve como alvo forças líbias aéreas e em solo. As acções têm sido consideradas efectivas pelos Estados Unidos. Oficiais norte-americanos declararam que o líder líbio, Muammar Kadhafi, não é alvo específico dos ataques. Apesar disso, o prédio administrativo do complexo residencial de Kadhafi, na capital Trípoli, foi parcialmente destruído. O governo líbio alega que as investidas das forças de coligação já mataram dezenas de pessoas. O porta voz Ibrahim Musa, denunciou o ataque a civis.

“As pessoas são civis, famílias, crianças, homens e mulheres. Vieram de todos os lugares para ficar noite e dia a proteger este local atingido pelo rocket fica a apenas de 50 a 100 metros de distância deles”, disse.

Os opositores ao regime Kadhafi aproveitam a ação internacional contra as posições militares do governo líbio para reconquistar o território perdido nos últimos 10 dias. Nesta segunda-feira, os rebeldes iniciaram ataques às forças pró-regime na cidade de Ajdabiya, próximo a Benghazi. Eles teriam reassumido o controlo de Zuwaytinah. O porta-voz da oposição, Ahmed al-Hasi, declarou que há planos de conquistar Trípoli. Novas disputas foram registadas também na cidade de Misrata.

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse que Washington espera devolver o controle da missão à coalisão em alguns dias. “Continuaremos a apoiar a coalisão. Somos um membro da coalisão. Teremos um papel militar na coalisão. Mas não teremos o papel proeminente”, declarou.

Muammar Kadhafi chamou a acção militar internacional de “uma cruzada de agressão colonial” e jurou repelir os Estados cristãos inimigos. A Espanha, a Bélgica, a Dinamarca e o Qatar se juntaram à coligação contra Kadhafi, sendo este a primeira nação árabe a aderir à operação internacional. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convocou o rei Abdullah, da Jordânia, a enfatizar a importância de um amplo esforço internacional na campanha líbia. Esta é a maior operação militar internacional no Oriente Médio desde 2003, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque.

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