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Morte de Savimbi trouxe "mais paz e menos diálogo"


Jonas Savimbi, na Casa Branca, com o então presidente americano Ronald Reagan, em 1985
Jonas Savimbi, na Casa Branca, com o então presidente americano Ronald Reagan, em 1985

No 9º aniversário da morte do líder rebelde, o co-fundador da UNITA Samuel Chiwale disse à VOA que a democracia morreu com Savimbi.

Passam a 22 de Fevereiro nove anos sobre a morte de Jonas Savimbi, o líder do então movimento rebelde angolano, UNITA. Morreu baleado por forças governamentais na província do Moxico.

Com ele encerrava-se o capítulo de uma das mais sangrentas guerras civis no continente africano abrindo-se também o caminho ao MPLA para o controlo quase total do país.

Terça-feira, a capital da província do Moxico, Luena, foi palco de uma cerimónia evocativa do antigo líder que contou com a presença do actual presidente do partido Isaías Samakuva assim como de outros dirigentes da UNITA.

Samuel Chiwale, co-fundador da UNITA
Samuel Chiwale, co-fundador da UNITA

Numa entrevista à VOA o co-fundador da UNITA Samuel Chiwale disse que a democracia em Angola morreu com Jonas Savimbi. Chiwale diz que Savimbi "morreu pela libertação da pátria" e nega que estivesse mais interessado em ser presidente de Angola do que na democracia. Clique na barra abaixo, para ouvir Samuel Chiwale.


Em 2002 e anos subsequentes, o desaparecimento físico do líder da oposição armada foi tema de exaustiva exploração mediática por parte do governo do MPLA. A recepção perante as câmaras da televisão dos ex-guerrilheiros saídos das matas, punha em relevo a magnanimidade das autoridades.

Seguiu-se a assinatura no mês de Abril de 2002 do "Memorando de Entendimento" pelos militares, sem o envolvimento directo dos políticos, reforçando a premissa de que Savimbi era o único obstáculo à paz em Angola

Volvida quase uma década esta é uma imagem que parece desgastada pelo tempo. O Alexandre Neto desceu às ruas de Luanda para auscultar os cidadãos angolanos. Para ouvir a reportagem, clique ma barra abaixo.


Entretanto, para o jornalista e analista político angolano Reginaldo Silva, a morte de Savimbi acelerou a chegada da paz, mas traduziu-se também por um panorama político menos competitivo, tanto no campo das ideias como no que se refere aos resultados eleitorais.

Reginaldo Silva, jornalista e analista político
Reginaldo Silva, jornalista e analista político

Silva crê que a morte de Savimbi permitiu a paz, tando porque o líder da UNITA podia ser considerado um obstáculo, como porque naquela altura (2002) o governo angolano desistira de um entendimento com Savimbi e pretendia, tão só, derrotar militarmente o teimoso grupo rebelde. Clique na barra abaixo para ouvir Reginaldo Silva.

Reginaldo Silva é editor do blogue Morro da Maianga: http://www.morrodamaianga.blogspot.com

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