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Egipto: Manifestantes ocupam a Praça Tahrir pelo 14º dia consecutivo


Egipto: Manifestantes ocupam a Praça Tahrir pelo 14º dia consecutivo
Egipto: Manifestantes ocupam a Praça Tahrir pelo 14º dia consecutivo

Governo faz cedências mas a posição as considera de insuficientes

02 Fev 2011 - No Egipto, milhares de manifestantes e membros da oposição continuam a ocupar a Praça Tahrir, pelo décimo quarto dia consecutivo, isto apesar de o governo ter proposto fazer novas cedências políticas.

Os manifestantes que passaram a noite no local, retomaram os protestos esta Segunda-feira num ambiente mais calmo, afirmando entretanto, que não desistirão até a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

A Praça Tahrir –Praça da Liberdade, em árabe – continua ocupada por milhares manifestantes que passaram a noite no local.

Muitos desses activistas dormiram em torno dos blindados militares bloqueando assim mobilidade desses veículos que controlam o acesso a praça central na capital egípcia. Eles receiam que uma eventual partida do exército pode facilitar os ataques dos grupos pró-Mubarak, ou ainda que a sua circulação pode força-los a abandonar o local.

Enquanto isso, vão se tentando organizar, montando tendas e sistemas de abastecimento em água e comida para os activistas. Os jovens estão a apelar para o dia de amanhã mais uma manifestação de um milhão de pessoas. Foi anunciada a libertação do famoso bloggista e activista egípcia Wael Ghuneim, tal como prometido pelo primeiro-ministro Ahmed Shafiq.

O governo recentemente instituído realizou a sua primeira reunião desde o início dos protestos. O encontro teve lugar dia depois do vice-presidente Omar Souleimane se ter reunido com grupos da oposição egípcia, entre eles os Irmãos Muçulmanos, que apoiam largamente o protesto liderado pelos estudantes.

A oposição disse entretanto que o governo não conseguiu satisfazer as suas exigências, entre as quais a renúncia imediata do cargo pelo presidente Hosni Mubarak. Os membros da oposição disseram que as concessões propostas pelo governo no encontro de ontem não foram suficientemente satisfatórias, mas que ainda assim representam um primeiro passo do diálogo.

Não se sabe para quando as duas partes deverão retomar as conversações.

O governo anunciou que o vice-presidente Omar Souleimane concordou em criar uma comissão composta de figuras políticas e judiciais para estudar as possibilidades da reforma constitucional, que possa permitir que vários candidatos se concorram as eleições presidenciais. Um estudo final deverá ser apresentado na primeira semana do mês de Março.

O vice-presidente egípcio também tinha oferecido em suprimir as restrições sobre a liberdade de imprensa, e de suspender a aplicação da contestada lei de emergência, desde que a situação de segurança permitir.

Enquanto isso, o procurador-geral egípcio anunciou que abriu investigações para apurar denúncias de corrupção contra vários antigos membros do governo cujos haveres bancários excedem biliões de dólares. Fontes não identificadas disseram que o antigo ministro do interior Habib Aladly dispõe de bens e fundos avaliados em 1,3 mil milhões de dólares.

O presidente americano disse entetanto, acreditar que o Egipto não voltará a ser o que foi, antes dos protestos pro-democracia.

Barack Obama disse ontem numa entrevista ao canal de televisão Fox News, estar confiante de que uma transição política e ordeira no Egipto deverá conduzir a instituição de um governo que seja parceiro dos Estados Unidos.

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