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Tunísia: Líder dos Islamistas não apoia a instalação de um Estado Islâmico


Tunísia: Líder dos Islamistas não apoia a instalação de um Estado Islâmico
Tunísia: Líder dos Islamistas não apoia a instalação de um Estado Islâmico

Rachid Gannouchi está de regresso à Tunis depois de exílio no Reino Unido

02 Fev 2011 - Na Tunísia, o líder islâmico, Rachid Ghanouchi volta a estar no centro das atenções, com o seu regresso após de mais de duas décadas de exílio.

No período actual de incertezas políticas, muitos são os que se interrogam sobre o papel que os islamistas deverão desempenhar na democracia multi-partidária.

O líder islâmico tunisino, Rachid Ghanouchi é categórico e afirma que o seu grupo político religioso é aberto, moderado e tolerante. Ghanouchi tem vindo a defender esta posição, incluso numa entrevista com a Voz da América.

"O partido, Ennahda é a favor de uma república democrática e não deseja instalar uma república islâmica.”

Ganouchi adianta ainda que a ideologia da Ennahda se evoluiu durante a década de 1980 e que o islão e a democracia podem viver juntos.

O partido Ennahda em árabe significa renascença. Na Tunísia existem ainda receios do seu regresso com base na sua ideologia autocrática que sempre defendeu no passado.

O partido de Ganouchi foi a maior força política da oposição na Tunísia durante um breve período de abertura política logo após a chegada ao poder em finais dos anos 80 do deposto presidente Bem Ali. O mesmo obteve nas eleições legislativas de 1989, 17 por cento da votação, pouco antes do então presidente Bem Ali ter instituído a repressão e mandado para prisão muitos dos islamitas, enquanto outros como Rachid Ghanouchi se exilaram no estrangeiro.

Os rostos dominantes dos recentes protestos na Tunísia e noutros países árabes não são de religiosos. Mesmo no Egipto onde existe actualmente um crescendo protesto anti-governamental, o grupo político-religioso Irmãos Muçulmanos, foi o ultimo a juntar-se ao movimento. Passou a fazer parte de uma vasta coligação de oposição, que tem pela frente o antigo diplomata egípcio Mohammed El Baradei.

Contudo a força política do Islão está em vias de se tornar na Tunísia e no mundo árabe algo que ninguém pode por enquanto imaginar. Mansouria Mokhefi do Instituto Francês de Relações Internacionais de Paris diz que esta vai ser uma realidade com que o ocidente vai ter que se adaptar.

"Os países ocidentais precisam preparar-se para as futuras democracias no mundo árabe onde os partidos islâmicos vão ter um papel a desempenhar."

A Investigadora do IFRI concluiu afirmando que o Islão faz parte da identidade árabe, e será indissociável da vida política desses países.

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