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Brasil no Conselho de Segurança da ONU: disputa acirrada com outros países


Sala do Conselho de Segurança
Sala do Conselho de Segurança

Brasil quer um lugar como membro permanente, mas há outros candidatos fortes

2 Fev 2011 - No contexto de discussão sobre a ampliação do Conselho de Segurança (CS) da ONU, uma questão que se coloca é se o Brasil tem força para abraçar uma luta factível pela maior participação de países no órgão. Vencida a complexa etapa, o Brasil ainda enfrentaria uma disputa acirrada por uma vaga permanente, já que outros países têm o mesmo desejo e contam com apoios importantes, como o dos americanos.

Dificuldades à parte, para a maioria dos especialistas, o governo Dilma Rousseff vai fazer de tudo para mostrar que o Brasil pode enfrentar uma briga desse porte, como afirma o especialista em Direito Internacional, Delber Andrade. “A tendência da presidente Dilma é de continuidade da postura de afirmação do Brasil como país central. A entrada rotativa vai ser muito importante nessa agenda,” destaca.

Disputa acirrada

Délber Andrade lembra, ainda, que a batalha por uma cadeira permanente no Conselho vai precisar mais do que empenho, já que outras nações bem apoiadas, também estão na disputa. “Temos que ver o que será possível. No ano passado, por exemplo, os Estados Unidos manifestaram apoio à entrada da Índia no órgão”, afirma. “Outros analistas apostam na entrada de países como o Japão, mais alinhado aos Estados Unidos, e a Alemanha, que serviria para contrabalançar”, analisa.

Para estudiosos da área, o Brasil também deveria avaliar se realmente compensa o ingresso em uma batalha como essa, pela ocupação em um órgão de deixa o país tão exposto. “É preciso saber sob quais condições se daria essa entrada. Há várias propostas de reforma do Conselho. Uma delas aponta que os novos países membros não teriam poder de veto,” questiona Delber Andrade.

O cientista político Carlos Pelegrino é mais um analista a questionar até que ponto compensaria o ingresso brasileiro na disputa pela cadeira no órgão da ONU. Segundo ele, o Brasil ocupa hoje uma posição de excelência em termos de política internacional, se mostra ao mundo como progressista, bem sucedido, mas existem outros. “É preciso avaliar se compensa tanta luta para ocupar uma vaga sem poder, por exemplo. Só depois de uma reforma profunda valeria essa luta.”

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