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Revolucionários muçulmanos ameaçam unidade da Nigéria


Corpos de vítimas,depois de confrontos de origem religiosa ocorridos em Maiduguri
Corpos de vítimas,depois de confrontos de origem religiosa ocorridos em Maiduguri

Os Boko Haram não reconhecem nem a Constituição da Nigéria, nem o governo federal de Abuja

Forças de segurança na cidade nortenha de Maiduguri, no Norte da Nigéria, continuam a tentar localizar os responsáveis pelos ataques bombistas que resultaram na morte de, pelo menos, dez pessoas, no domingo.
O comandante da força militar conjunta afirma que os atacantes atingiram uma cervejaria ao ar livre próximo de um quartel da polícia, uma semana depois de terem feito deflagrar três bombas em três outros locais de venda de cerveja naquela cidade, matando 25 pessoas.
O major-general Jack Nwaogbo afirma que ninguém reivindicou responsabilidade pelos atentados de domingo, que incluíram o assassinato de um político eleito pelo Estado de Borno pelo partido governamental.
Pensa-se que o grupo militante Boko Haram esteja por detrás dos ataques. Este grupo, cujo nome pode ser traduzido por “a educação Ocidental é pecaminosa”, tem levado a cabo uma série de atentados bombistas, de assassinatos, de emboscadas e de fugas organizadas de estabelecimentos prisionais no Norte da Nigéria, nos últimos anos.
Os Boko Haram não reconhece nem a Constituição da Nigéria, nem o governo federal de Abuja, dizendo que estão a lutar por um país independente, governado pela lei islâmica.
O presidente Goodluck Jonathan ofereceu-se para manter conversações com aquele grupo, mas os Boko Haram, até agora, recusaram aquela proposta, afirmando que não irão negociar enquanto as forças de segurança os tentam destruir.
O novo governo do presidente Jonathan entrou esta semana em funções, tendo mantido a maioria dos ministros do governo anterior. O professor da Universidade de Abuja,Abubakar Umar Kari, afirma que o Boko Haram é o principal desafio que se coloca ao governo.Diz ele:“Neste momento,o Boko Haram enquanto fenómeno e organização constitui a maior ameaça não apenas á segurança da Nigéria, mas talvez a própria existência da Nigéria enquanto país uno e indivisível”.
O presidente Jonathan é um cristão do Sul da Nigéria, que foi eleito numa votação que se seguiu a uma divisão regional e étnica do país. Goodluck ganhou a maioria dos votos no Sul, que é maioritariamente cristão. O seu opositor – o antigo líder militar Muhammadu Buhari – obteve os votos do Norte, maioritariamente muçulmano.
Com o aumento dos ataques visando cada vez mais cervejarias não muçulmanas, o Prof. Kari afirma que, o Boko Haram faz crescer o risco de represálias baseadas ne discriminação religiosa num país onde, segundo a Human Rights Watch, pelo menos 800 pessoas foram mortas em resultado de actos de violência religiosa, após a eleição do presidente Jonathan.
De acordo com um comunicado dos serviços de segurança do Estado de Borno, alguns políticos estão a esconder-se por detrás do Boko Haram para se protegerem o que considera ser “abomináveis actividades criminosas”.

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