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Antigo director da Petrobrás diz que Sonangol financiou campanha de Lula da Silva


Lula da Silva e José Eduardo dos Santos
Lula da Silva e José Eduardo dos Santos

Nestor Ceveró revela que as negociações foram conduzidas por Manuel Vicente, antigo presidente do Conselho de Adminsitração da Sonangol e actual vice-presidente de Angola.

A empresa angolana Sonangol é acusada de ter financiado a reeleição do antigo Presidente brasileiro Lula da Silva, em 2006, através do pagamento de luvas no valor de 50 milhões de reais (cerca de 23 milhões de dólares na altura) num negócio com a sua congénere brasileira Petrobrás.

A denúncia foi feita à justiça pelo antigo director internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, acusado de ser um dos principais agentes do escândalo da corrupção que assola o Brasil desde o ano passado, conhecido por Lava Jato.

A revista Valor Económico revela na sua edição de segunda-feira que, de acordo com Cerveró, o dinheiro teria vindo da aquisição de blocos de petróleo pela Petrobras à Sonangol no valor de 300 milhões de dólares.

O antigo director internacional da Petrobras disse ter descoberto o acordo através de Manuel Domingos Vicente, na altura presidente do Conselho de Administração da Sonangol e hoje vice-presidente de Angola.

“Manoel [sic] Vicente foi explícito ao afirmar que desses 300 milhões de dólares pagos pela Petrobras à Sonangol, retornaram ao Brasil como propina (luvas) para financiamento da campanha presidencial do PT, valores entre 40 milhões e 50 milhões de reais”, disse Cerveró à justiça, como indicam documentos revelados pela revista.

O ex-director internacional da Petrobras disse aos investigadores que "a referida negociação foi conduzida pelos altos escalões dos Governos brasileiro e angolano, sendo o representante brasileiro o ministro da Fazenda [Antonio] Palocci”, que já negou a sua participação no assunto

Aquele acusado de ser um dos principais agentes da operação Lava Jato e que que se encontra detido, ressaltou ainda no documento que, "em 2005, houve uma oferta internacional de Angola, de venda de blocos de exploração em águas profundas, como se fosse um grande leilão”.

O documento entregue pela defesa de Cerveró à Procuradoria Geral da República diz ainda que "Nestor tinha uma relação de amizade com o Dr. Manoel [sic] Vicente [presidente da Sonangol], que em conversas mencionou textualmente a frase: ‘Porque nós somos homens do partido! Temos que atender as determinações do Partido!”.

A revista Valor Económico disse não ter conseguido falar nem com o Instituto Lula nem com vice-presidente angola Manuel Vicente.

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