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UNITA diz que tem documentos contradizendo resultados oficiais


A UNITA afirma dispor de documentos que mostram que os resultados difundidos pela CNE "não são os mesmos que foram contabilizados pelos fiscais nas assembleias de voto ".

Reagindo aos resultados das eleições angolanas, a UNITA anunciou que se prepara para apresentar documentos que mostram que os resultados difundidos pela Comissão Nacional Eleitoral, CNE, "não são os mesmos que foram contabilizados pelos fiscais nas assembleias de voto em diferentes partes do país".
Além disso, segundo a sua página na internet www.unitaangola.com, a UNITA condena que "os órgãos de comunicação do Governo tenham passado uma mensagem adulterada do seu porta-voz Alcides Sakala em que o colocam a aceitar os resultados das eleições de 31 de Agosto". Segundo a UNITA, na manhã de sábado, antes de a CNE ter divulgado os resultados provisórios, a Rádio Nacional de Angola contactou Alcides Sakala por telefone para saber se os iria aceitar. Sakala respondeu que "a UNITA faz parte do jogo democrático e como tal vai aceitar quaisquer resultados das eleições desde que sejam justos".
Contudo, segundo um comunicado do segundo maior partido angolano, a rádio só terá divulgado as declarações após o conhecimento dos resultados preliminares, cortando a parte "desde que sejam justos" e dando a entender que a UNITA tinha falado já depois de conhecer os números.
Apesar das polémicas em torno das eleições e dos vários alertas de fraude que levaram a uma ameaça de impugnação da votação pela UNITA, as eleições angolanas decorreram com tranquilidade.
O antigo presidente cabo-verdiano Pedro Pires, chefe da missão de observadores da União Africana que acompanhou as eleições, considerou hoje em Luanda a votação livre e credível, apesar de críticas ao processo, como a relação "tensa" entre o órgão eleitoral e os partidos.
Na declaração preliminar da missão de observação da União Africana (UA), lida hoje à tarde pelo ex-Presidente cabo-verdiano na capital, as eleições gerais, realizadas na sexta-feira, foram "livres, justas, transparentes e credíveis", à luz da Declaração de Durban, que regula os processos democráticos em África.
A missão da UA deixou, porém, várias observações, entre as quais a relação "tensa " entre a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e os partidos, marcada pela "ausência de diálogo", as reclamações da oposição "à acreditação tardia dos seus delegados", as "disparidades na utilização dos espaços públicos" e ainda a ausência na votação da diáspora angolana.
O MPLA está no poder há 37 anos, e estas são as segundas eleições desde o fim da guerra civil no país, em 2002. Servem para eleger os 220 deputados que vão ter assento no parlamento. De acordo com a constituição angolana, que foi alterada em 2010, o líder do partido que vence as legislativas torna-se automaticamente presidente da república.
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