Links de Acesso

Oposição critica lei da nacionalidade proposta pelo Presidente angolano


Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos
Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos

Lei "discrimina" contra angolanos.

Em Angola, partidos na oposição consideram a proposta do presidente da República de alteração à lei da nacionalidade um atentado à soberania do país.

please wait

No media source currently available

0:00 0:02:49 0:00
Faça o Download

A iniciativa legislativa do presidente da República foi submetida e aprovada na generalidade no parlamento angolano. A oposição chumbou o documento e considera que José Eduardo dos Santos atropelou uma vez mais a Constituição do país.

"O senhor presidente José Eduardo dos Santos quer dar nacionalidade a todos os estrangeiros que ele considerar que prestaram ou prestem relevantes serviços à pátria, quer dar nacionalidade àqueles estrangeiros que torturaram e perseguiram angolanos durante o período da guerra fria", disse recentemente o líder da Unita Isaías Samakuva, para quem é um absurdo que o domínio do Português seja condição para se adquirir a nacionalidade.

"O senhor presidente quer controlar a alteração subtil que vem fazendo da identidade cultural e social de Angola e quer mesmo alterar a demografia, assim como fizeram os outros na América Latina", acrescentou Samakuva.

Por seu lado, Lindo Tito, da bancada parlamentar da Casa-CE, acha que a proposta de José Eduardo dos Santos é discriminatória.

"Esta iniciativa ao trazer o elemento do domínio da língua portuguesa para se atribuir a nacionalidade angolana é uma discriminação negativa que a Constituição condena”, disse.

“O que o Presidente da República está a fazer é subalternizar o poder da Assembleia Nacional a seu proveito e até condicioná-la", concluiu Tito.

O porta-voz do PRS Joaquim Nafoia acusou o presidente de violar a Constituição: "O presidente da República não deve incorrer permanentemente na violação da Constituição, não deve pensar que ele é a Constituição, é a lei e não precisa cumpri-la", disse.

O jurista Pedro Kaparacata considera que o argumento da oposição é uma perda de tempo porque partindo a iniciativa do Presidente da República ou da Assembleia Nacional "vai dar no mesmo".

"Nem vale a pena estarmos aqui a perder tempo, se o estrangeiro vai ou não conseguir com facilidade adquirir a nacionalidade, o que está em causa aqui é a promiscuidade em que vivemos. Basta ver a quantidade de estrangeiros por todo território nacional, partindo deste alto grau de promiscuidade, a nacionalidade vai ser adquirida por qualquer estrangeiro, este país há muito deixou de ter Estado”, reiterou o jurista que concluiu: “Eu não sei se ainda temos soberania".

XS
SM
MD
LG