O problema da qualidade de ensino universitário em Angola não será resolvido enquanto continuar a nomeaçao de reitores e professores sem qualificações para os cargos, disse o professor universitário e sindicalista Carlinhos Zassala.
Zassala falava após terem sido empossados novos reitores para as oito universidades públicas do país.
Maria do Rosário Sambo, que substitui Orlando da Mata na reitoria da Universidade Agostinho Neto, disse à imprensa estatal que o objectivo dos novos dirigentes da universidade é dar qualidade ao ensino superior do país.
"De acordo com as orientações do executivo, especificamente do ministério do ensino superior, o que nós pretendemos é qualidade e colocar a Universidade Agostinho Neto no patamar que lhe é devido, como uma influência no ensino superior em Angola", disse.
Zassala não concorda, uma vez que isso dificilmente será concretizado enquanto os quadros das universidades públicas forem nomeados e não eleitos.
"Na universidade, quadros de chefia como reitores, decanos, chefes de departamento de ensino e investigação foram sempre eleitos pelos pares”, disse.“Era preciso ver professores com mais formação, que têm mais experiência para dirigir um departamento de investigação, por exemplo".
Na sua óptica, o método de nomeações torna a qualidade de ensino uma “miragem”.
"Lamentavelmente deve ser dito que temos, neste momento, conhecimento de cursos onde os chefes de departamento não são da área de formação e onde, por exemplo, professores ministram cadeiras de especialidade que não são da sua formação”, disse.
“Então. assim é que vamos chegar ao ensino de qualidade?" interrogou.
Aém de Maria Sambo, da Universidade Agostinho Neto, foram nomeados reitores: Albano Lopes, Universidade Katyavala Bwila; João Miguel, Universidade 11 de Novembro; Orlando da Mata, Universidade Mandume; Miranda Miguel, Cuito Cuanavale: João Gaspar da Silva, Kimpa Vita; e Cristovão Simões, Universidade José Eduardo dos Santos.
