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Rafael Marques pede demissão do PGR de Angola


Salvador Freire, da Associação Mãos Livres, revela ter apresentado denúncias que nunca foram investigadas.

O activista e jornalista Rafael Marques pediu a demissão do Procurador-Geral da República porque ele não tem investigado casos de corrupção em Angola.

Rafael Marques pede demissão de procurador - 2:25
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Marques reagiu assim, em entrevista à VOA nesta segunda-feira, 16, às declarações do Procurador-Geral da República (PGR) João Maria de Sousa que, na China, apelou à união de todos para se combater, prevenir e melhorar a investigação e acção penal contra os crimes ligados à corrupção.

“O Procurador falou de boca para fora, ela acusa à toa, como é que vai falar de combate a corrupção?”, interrogou Marques, segundo o qual "para o combate à corrupção em Angola, o Procurador tem de sair, tem que ter um novo Procurador”.

O activista fez notar que ele próprio denunciou no passado vários casos sem que o PGR tenha procedido a qualquer investigação e, pelo contrário, disse Marques, de acusador ele passou a ser acusado.

“Foram várias acusações, muitas delas nem foram respondidas, outras quando há prova arquivam o processo e em outros casos invertem a acusação e viro eu o acusado”, denunciou.

O advogado e presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, disse por seu turno que a PGR tem-se mostrado incompetente e que a corrupção em Angola é mais perigoso do que o SIDA.

Freire afirmou também ter entregue na PGR várias denúncias de corrupção, sem que nenhuma delas tenha sido investigada, nem nenhum dos acusados levado à barra dos tribunais.

"Os únicos casos são aqueles de pequena envergadura como o de polícias que aceitam subornos", diz, lembrando que "ainda que a corrupção em Angola corrói a sociedade e as mentes dos cidadãos".

“A corrupção aqui é pior que o SIDA”, conclui.

Na semana passada, o Centro de Integridade Pública publicou um relatório que elege o Ministério do Interior como o mais corrupto do país, seguido do Ministério da Justiça e Direitos Humanos e do Ministério da Educação.

O documento lista cerca de 90 entrevistas feitas em mais de cinco províncias.

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