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Americanos votam hoje em eleições legislativas


Propaganda eleitoral em Manchester, New Hampshire.
Propaganda eleitoral em Manchester, New Hampshire.

Republicanos poderão ganhar controlo total das duas câmaras do Congresso

Nos Estados Unidos, os eleitores estão a votar hoje, 4, em eleições legislativas que irão determinar os últimos dois anos do segundo mandato do presidente Barack Obama.

Os republicanos são favoritos para ganhar mais lugares no Senado e na Câmara dos Representantes em eleições marcadas por um pessimismo à escala nacional e preocupações sobre questões de segurança no pais e no estrangeiro.

Em jogo estão todos os 435 lugares da Câmara dos Representantes bem como 36 dos 100 lugares do Senado e 36 dos 50 governadores estaduais.

A maior parte dos analistas prevê que os republicanos vão aumentar a sua maioria na Câmara dos Representantes e têm também uma excelente possibilidade de ganharem a maioria no Senado.

Os republicanos precisam de ganhar pelo menos seis lugares controlados pelos democratas para assumirem o controlo do Senado. Tendo em conta que podem perder um ou dois lugares, os republicanos terão, no entanto, que ganhar mais do que esse mínimo de seis para garantirem a maioria

As sondagens indicam que os eleitores estão descontentes com o presidente Barack Obama e com o estado do pais. Frank Newport, da companhia de sondagens Gallup, disse que “aquilo que é a maior preocupação dos americanos é a economia e o emprego”.

“É isso que claramente está no topo das preocupações dos americanos este ano”, acrescentou Newport.

Estas eleições entre presidenciais são importantes para o presidente Barack Obama que tem estado a apelar ao eleitorado democrata para ignorar as previsões pessimistas dos peritos e deslocarem-se às urnas para votar.

Obama apelou ao seu eleitorado para não ser cínico sobre as possibilidades do seu partido, afirmando que o cinismo é uma escolha e a esperança é uma escolha melhor”.

Na verdade, os analistas afirmam que a possibilidade dos democratas manterem controlo do Senado depende muito da afluência às urnas do seu eleitorado.

Mas o presidente tem pela frente o obstáculo da história. Os presidentes que cumprem dois mandatos geralmente sofrem perdas partidárias no Congresso na eleição intercalar entre o fim do primeiro e o fim do segundo mandato. Obama tem neste momento um nível de aprovação do eleitorado baixo e isso poderá estar a prejudicar os candidatos democratas em todo o país.

Republicanos, como o antigo presidente do comité nacional do partido Mike Duncan, manifestam um optimismo cauteloso sobre as possibilidades de retomarem o controlo do Senado.

Ducan fez notar que as eleições tendem a ser “localizadas” em questões locais que afectam o círculo eleitoral e desta vez o partido tem “bons candidatos”. “Penso que temos o vento a nosso favor, mas isto ainda nada acabou. Não podemos assumir que é isso que vai acontecer”, afirmou aquele republicano.

Mike Duncan afirmou ainda que para além disso os republicanos estão a fazer tudo o que podem para tornar as eleições numa questão nacional e não local, transformando-as no referendo sobre o presidente e a sua política

Penso que nas paragonas das noticias vê-se que o país se está a afastar de Obama”, disse afirmando ainda que os republicanos estão “a levar o país de volta para o centro direita que é o que o povo americano quer”

Com efeito, as eleições a meio de um mandato presidencial geralmente estão centradas em questões domésticas. Mas este ano, o crescimento do Estado Islâmico no Médio Oriente e receios sobre o alastramento do ébola abalaram o público nas últimas semanas da campanha.

Norman Ornstein, analista politico no Instituto American Enterprise, um centro de estudos sediado aqui em Washington, disse que, na verdade, “candidatos republicanos são muito fracos”.

“O melhor meio de ultrapassar isso - numa altura em que as pessoas estão descontentes, acreditando que as coisas estão fora de controlo e que o Governo não está a funcionar e que o presidente não é competente - é transformar as eleições numa questão nacional”, acrescentou o especialista.

Refira-se que estas eleições legislativas são as mais caras de sempre na historia de eleições legislativas. Um centro de estudos, o Center for Responsivle Politics estima que foram gastos na campanha quatro mil milhões de dólares.

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