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Alunos e professores protestam contra encerramento de escolas estaduais de São Paulo


Estudantes protestam contra fechamento de escolas na zona sul da capital
Estudantes protestam contra fechamento de escolas na zona sul da capital

Bárbara Ferreira Santos

O projeto de reestruturação das escolas públicas estaduais de São Paulo vai levar ao encerramento de instituições de ensino. Segundo a secretaria estadual de Educação, os prédios das escolas encerradas serão destinados para outros fins, como, por exemplo, para creches ou faculdades.

Com a reforma, a secretaria estadual pretende separar o primeiro ciclo do ensino fundamental, o segundo ciclo do ensino fundamental e o ensino médio em prédios diferentes.

Professores, pais e alunos têm feito protestos em todo o Estado contra a medida. Eles temem que o encerramento de instituições de ensino básico cause a superlotação de salas, a demissão de professores e que alunos tenham que se mudar para escolas distantes de suas casas.

Nesta terça-feira, está previsto um protesto na Praça da República, no centro da cidade de São Paulo.

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Segundo a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Maria Izabel Azevedo Noronha, os docentes estimam que cerca de 155 escolas devam ser fechadas.

De acordo com Maria Izabel, os professores já registram superlotação de alunos em toda a rede e que o cenário deve piorar com o encerramento de instituições. Ela também afirma que os professores com contratos temporários de trabalho temem demissões.

“Nós esperamos que cerca de 20 mil docentes com contrato de trabalho temporário serão demitidos. Atrás da reestruturação está o enxugamento da máquina pública. Nós entendemos que tem uma crise, mas a educação deveria ser a última a pagar essa crise, porque nós já estamos pagando há muitos anos”, diz Maria Izabel.

Já segundo os alunos, um dos problemas vai ser a mudança para escolas mais longes de suas casas, como explica Victor Hugo Amorim, aluno do 2ᵒ ano do ensino médio.

“Isso vai bagunçar com a vida de todos os alunos. Na minha região, por exemplo, a escola mais próxima para a gente vai ficar a mais de 1,5 quilômetros de distância. Isso significa que teremos que pegar transporte público, que é ruim na região.”

Um dos porta-vozes da Secretaria Estadual de ensino, o diretor regional Sandoval Cavalcante, confirmou que escolas de ensino devem ser desativadas com a reestruturação, mas que ainda não há um número oficial.

Segundo Cavalcante, o número deve ser divulgado no dia 14 de novembro, batizado pela secretaria de Dia E, ou dia da educação.

Ele afirmou que o projeto prevê que os alunos sejam realocados em escolas até um quilômetro e meio distantes de suas casas. O transporte de alunos para essas longas distancias, segundo ele, será estudado caso a caso.

“Na verdade, todas as situações especificas serão estudadas. Nenhum aluno ficara sem vaga. Situação pontuais serão estudadas na especificidade.”

Todos os alunos da rede estadual terão de se recadastrar na rede estadual de ensino para ter uma vaga no ano que vem. Eles devem procurar o site da secretaria ou a diretoria de suas escolas.

Enquanto a secretaria não faz um posicionamento oficial sobre o número de escolas que serão encerradas, pais, alunos e professores prometem fazer mais protestos em todo o Estado.

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