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WWF diz ser tempo para combater a caça de elefantes na África Central


Poachers slaughtered 300-400 elephants for their tusks in Cameroon during a killing spree that began in mid-January 2012.(IFAW)
Poachers slaughtered 300-400 elephants for their tusks in Cameroon during a killing spree that began in mid-January 2012.(IFAW)

A Comunidade regional tem em curso a criação de uma unidade de força militar e de agentes de ordem para combater e prevenir o comércio de presas de elefantes assim como de espécies selvagens

O Fundo Mundial para a Vida Selvagem – WWF – diz que chegou a hora para os países da região da África Central, desmantelarem um grupo de caçadores sudaneses acusados de massacre de centenas de elefantes nos últimos dois anos.

Robbie Corey-Boulet do escritório da VOA em Abidjan no seu despacho diz que o problema tem a ver com a falta de coordenação entre os países da região.

Cerca de trezentos caçadores sudaneses altamente armados viajando em cavalos, são dados como prováveis caçadores de elefantes nas regiões de savana dos Camarões, Chade e República Centro Africana.

Num dos ataques do mês passado ao sul do Chade, eles terão alegadamente morto 89 elefantes. Os mesmos são também suspeitos de terem abatido cerca de 300 elefantes nos Camarões no início do ano passado – um massacre que trouxe para a atenção mundial, o perigo que enfrentam os elefantes nos países da região.

Há três semanas, os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) reuniram-se num encontro regional ao mais alto nível em Yaoundé nos Camarões para tentar encontrar uma resposta coordenada e conjunta ao problema.

Os Camarões disponibilizaram 600 tropas especializadas para combater a caça de elefantes no seu território. Durante a conferência, os líderes regionais disseram que poderiam mobilizar mais homens, ou seja, até mil solados e agentes da ordem para esses esforços de combate e prevenção. Os mesmos prometeram estabelecer um comando central que permitiria aos diferentes países comunicar e partilhar informações.

Mas Bas Huijbregts, chefe da campanha do Fundo Mundial de Vida Selvagem contra o comércio ilegal de espécies selvagens na África Central, diz que resta pouco tempo para esses países agirem contra os infractores.

“Na minha opinião, não penso que esse comando conjunto venha a estar pronto durante esta estação seca. Esses países estão praticamente cegos, sobre o que se passa para lá das suas fronteiras, eles não sabem quando os caçadores estão próximos dos seus territórios e não têm acordos para permitir a perseguição dos malfeitores de um lado e do outro da fronteira.”

Honoré Tabuna, funcionário da CEEAC responsável pelo programa de combate a caça de elefantes, disse a VOA através de e-mail que foram feitos alguns progressos na criação do comando conjunto. Mas a recente instabilidade na República Centro Africana atrasou a assinatura de um protocolo que deve criar uma unidade regional contra a caça.Tabuna disse esperar que o documento poderá ser assinado na Segunda-feira.

Para Bas Huijbregts, do Fundo Mundial de Vida Selvagem, a questão levantada pelos caçadores furtivos sudaneses só chegou a atenção mundial no ano passado, mas os mesmos há muito que estão em acção na região.

“Esses caçadores têm estado em actividade nessa região há já muito, muito tempo e têm basicamente exterminado populações de elefantes no norte e leste da República Centro Africana. E é por isso que estão actualmente a procura de caçar rebanhos de elefantes nos Camarões e no Chade.”

O Fundo Mundial de Vida Selvagem estima que o número de elefantes na savana da República Centro Africano caiu nos últimos 30 anos de 80 mil para apenas algumas centenas.
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