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África foi vítima de prostituição política, diz teólogo da Igreja Kimbaguista


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Democracia faz parte da "realidade cultural europeia".

Por Agostinho Gayeta

A Democracia foi concebida apenas para o contexto europeu, pelo que a sua cópia para realidade africana tem tido maus resultados, afirma Bitombokele Lei Gomes Lunguani da Igreja Kimbaguista de Angola.

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Ele considera que depois das independências África passou por um processo de “prostituição política”. A pobreza moral, intelectual, espiritual e a pobreza social são os seus maiores problemas do continente, afirma o especialista em Hermenêutica Africana.

Kimbanguismo: Processo de Descolonização de África é o livro de estreia do Teólogo e Especialista em Hermenêutica africana e Director Nacional para Evangelização da Igreja Kimbanguista em Angola, Bitombokele Lei Gomes Lunguani.

O livro é uma reflexão sobre a perspectiva do desenvolvimento espiritual sócio científico e tecnológico em África.

O livro com 56 páginas, está dividido em 4 capítulos resultante de uma pesquisa sobre a situação de crise em África, o processo de restauração social no continente (no contexto profético, da colonização, da conquista social...) e a participação da igreja Kimbanguista no processo de desenvolvimento do continente africano.

Para Bitombokele Lei Gomes Lunguani o livro Kimbanguismo:

Processo de Descolonização de África reflecte também “a pretensãoda igreja Kimbanguista em apresentar o Kimbanguismo ao mundo como uma filosofia e ideologia africana”, ao mesmo tempo em que surge para dar resposta aos problemas específicos do continente africano: a pobreza e a agressão.

Para o autor, o Kimbanguismo enquanto corrente filosófica é um ideal para resolução dos problemas de África, dá à possibilidade de se olhar para outros aspectos de desenvolvimento que não se limitam apenas as perspectivas já convencionais: Económica, que reflecte o crescimento, a produção e o desenvolvimento económico e o índice de desenvolvimento humano.

Lei Gomes apresenta 4 diferentes tipos de pobreza, que na visão Kimbanguista, são os problemas “maiores” do continente africano: a pobreza moral, epistemológica ou intelectual, a pobreza espiritual e a pobreza social.

No contexto intelectual, o também Pastor da Igreja Kimbanguista, aborda na sua obra as ideologias orientais e ocidentais que sustentam grande parte dos intelectuais do continente africano, mas que não satisfazem os interesses dos povos do continente berço.

Lei Gomes reprova a feitiçaria como base espiritual africana e aponta a colonização como o maior exemplo da supremacia espiritual das filosofias ocidentais sobre os africanos.

O autor do Kimbanguismo: Processo de Descolonização de África explica que a filosofia Kimbanguista pode ser a solução para as situações de guerra e de pobreza que enfermam o continente berço da humanidade.

O Pastor da igreja Kimbanguista aponta alguns interesses externos impostos aos africanos que visam fomentar as guerras. O Teólogo entende por isso que falta uma ideologia própria do povo africano que visa olhar para África com outras preocupações.

A ideologia e filosofia Kimbanguismo, segundo Bitombokele Lei Gomes Lunguani é baseada em opções civilizacionais que respeitam as orientações históricas e antropológicas obedecendo aos cinco critérios fundamentais para uma civilização: a Religião, o Sistema Político, o Calendário, a Escritura e o Sistema Tecnológico.

A infertilidade intelectual dos africanos é um dos obstáculos ao desenvolvimento de África, conforme aborda na sua obra o também Director Nacional de Evangelização da Igreja Kimbanguista em Angola, para quem “a Democracia é uma ciência política concebida apenas para o contexto europeu”, pelo que a sua cópia para realidade africana tem tido maus resultados.

Para Lei Gomes depois das independências “o continente africano foi afectado por um processo de prostituição política, do ponto de vista ideológico”, cujos intelectuais não conseguiram conceber um novo sistema político de gestão da coisa pública adaptado à sua realidade social, política e antropológica de África.

“Esse fenómeno da democracia é um sistema de gestão da coisa pública que funciona na Europa porque vai de acordo com a sua realidade cultural”, disse o autor.

“África não conseguiu ter pensadores políticos capazes de conceber um sistema de gestão adaptado ao continente, embora o continente tenha matéria prima”, esclareceu.

A importação da moda ocidental nos mais variados aspectos está a levar o continente a uma depravação moral.

A homosssexualidade, segundo o autor, representa uma libertinagem sexual dos ocidentais que se está a verificar no continente africano.

Para o especialista em Hermenêutica aponta a negritude e o panafricanismo como projectos africanos falhados por falta de sustentabilidade, o que obriga a uma restauração social.

Kimbanguismo: Processo de Descolonização de África é o título livro do Teólogo, especialista em Hermenêutica Africana e Director Nacional para Evangeloização da Igreja Kimbanguista em Angola.

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