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Católicos africanos estão a celebrar


A maior parte dos católicos africanos estão a celebrar a eleição do Cardeal Joseph Ratzinger como líder da Igreja Católica Romana. Em Nairobi, capital queniana, muitos viram o anúncio em grandes ecrãs em cafés e bares, no momento em que o novo Pontífice tomava o noçe de Papa Bento XVI, e dava a sua primeira benção aos católicos em todo o mundo.

Para alguns, contudo, a sua elevação foi tingida pelo desapontamento de que o Vaticano não tinha escolhido um papa Africano, tal como o cardeal nigeriano Francis Arinze, um destacado candidato ao papado nos dias que anteceram o conclave.

Uma escolha desta teria enviado a mensagem de que o Vaticano queria centrar mais da sua energia em Africa, uma área chave da evangelização cristã. Por toda a Africa sub-sariana, a Igreja Católica floresce, mesmo que se assista a um declínio no número de paroquianos nas vastas catedrais da Europa e dos Estados Unidos. Os católicos africanos constituem cerca de 17 porcento dos católicos do mundo.

Apesar disso, o padre Dominic Wamugunda, padre católico e presidente dos estadunates da univerisidade em Nairobi, diz que apesar do crescente papel de Africa dentro da igreja, os líderes religiosos no Ocidente não estão prontos para ter um africano a liderar uma igreja que tem sido dominada historicamente pelos europeus.

"Quando se enterrava o Papa João Paulo Segundo vimos e tosos no mundo testemunharam o facto de que o papado é uma posição muito importante na cena política mundial. Não penso que os americanos e os europeus estavam preparados para um africano (para uma posição destas)".

De alguma forma, as pequeninas igrejas católicas que pintam as zonas rurais africanas constituem a linha da frente da fé. Mas as dotrinas defendidas pelo Vaticano colidem, com frequência, com as necessidades e as tradições dos africanos. Apesar de haver um acordo em questões como o aborto e a homosexualidade, que são tabú e mesmo ilegais na maior parte de Africa, a posição do Vaticano contra o uso de preservativos têm potenciais consequências nefastas num continente devastado pela SIDA.

Muitos africanos esperavam um papa que fosse mais flexível que João Paulo II em questões de saúde como o uso de preservtivos para impedir a transmissão da SIDA, diz Augustine Mbuvi, um católico queniano de 27 anos, que falou com a VOA desde o centro da cidade de Nairobi.

"Africa tem vindo a lutar desde há muito por coisas como a educação, contra a pobreza, e as doenças. O Papa deveria tentar abolir coisas como estas, porque nós aqui temos SIDA".

Os clérigos por todo o continente africano esperam que o Papa Bento XVI apoio o diálogo entre as fés, apadrinhado pelo seu antecessor. O prosseguimento de um relacionamento ecuménico entre as diferentes fés é importante em Africa, onde se têm registado confrontos violentos entre cristãos e muçulmanos em países como a Nigéria e o Sudão.

O reverendo Arnold Temple chefia o departamento das relações entre as fés no Conselho das Igrejas de Africa, que representa mais de 120 milhões de cristãos em 39 países africanos. Ele diz que gostaria que o novo papa seguisse as passadas de João XXIII e Paulo VI, vistos os dois como reformistas dentro do Vaticano.

"O Papa João XXIII disse, de facto ”Abram-se as janelas da igreja e deixemos que entre ar fresco.” Ele iniciou o Conselho Vaticano Segundo. O papa Paulo VI prosseguiu esse trabalho. E tudo o que podemos dizer ao actual papa numa altura como esta é: ”Por favor deixe que o processo prossiga. Leve a sério as pessoas de outras fés. Leve a sério as outras igrejas. Avancemos com o diálogo. Desafiemos juntos os vícios do mundo de hoje e o diabo que assedia continentes como Africa".

A influência da Igreja Católica e de outros denominações cristãs penetra a sociedade africana. Milhões de africanos frequentam as suas escolas religiosas. Grupos de caridade religiosos são so que fornecem a maior parte dos cuidados de saúde, gerem milhares de hospitais e clínicas por todo o continente.

A maior parte dos africanos ficam agora à espera do dia em que o Papa Bento XXIII visitará Africa. O Papa João Paulo II fez 13 visitas ao continente durante o seu papado, sublinhando assim a importância de igreja de Africa.

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