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AGORA perseguido pela segurança?


A edição deste fim de semana do semanário Agora poderá ter venda garantida mesmo antes de chegar aos leitores. Uma reportagem sobre o desaparecimento das bancas, da edição passada, num incidente que o jornal atribui aos serviços de segurança ,promete venda completa da edição deste fim de semana. Fontes do jornal prometeram contar ponto por ponto o que foi que passou há uma semana: Nomes, locais e actos, disse uma fonte daquele semanário.

O móbil para a intervenção da segurança teria sido a matéria de capa que aludia a alegados problemas porque estaria a passar o chefe das secretas angolanas, general Fernando Garcia Miala. .

De acordo com o jornal, o presidente José Eduardo dos Santos recebeu mal uma campanha algo mediatizada denominada Criança Futuro,e que tem à frente Fernando Miala, um dos homens de mais confiança . A campanha, apoiada pela imprensa oficial angolana visa entre outras coisas, mobilização de esforços a favor de crianças desamparadas do Bié.

O jornal cita fontes fidedignas como tendo garantido que o Presidente de Angola "tinha tirado o tapete ao seu homem forte". "Ganhara uma desusada projecção, e a sua campanha estaria a colidir com a agenda do próprio presidente".

Fontes do jornal dizem que na ânsia de anularem os efeitos da publicação da notícia , agentes da segurança teriam comprado quase toda a edição. Noutros casos garante o jornal arrancaram à força os jornais das mãos dos ardinas, provocando a estes elevados prejuízos.

Este acto explica o desparecimento rápido do jornal, e a subida em flecha do preços das poucas cópias que sobraram. Este incidente foi objecto de conversa nas esquinas e nalgumas estações de rádio de Luanda há uma semana, e o levantamento prometido pelo Agora sugere que o caso não vai morrer este fim de semana.

Conquanto satisfeito com a venda total da sua edição, o jornal Agora lamenta entretanto o que chama de falta de cultura política, abuso de autoridade, e o regresso aos tempos de partido único.

Nas primeiras reacções, fontes do jornal chegaram a admitir que Fernando Miala estivesse pessoalmente envolvido no sumiço dos jornais, o que não se confirmou, pois na altura estava em Roma com o Presidente José Eduardo dos Santos. Entretanto de uma coisa o jornal não tem dúvidas: o desaparecimento da edição passada foi obra da segurança. A edição deste fim de semana deverá incluir versões dos ardinas e de outras testemunhas. Funcionários da segurança angolana teriam-se se recusado a responder às perguntas do jornal.

Um alto funcionário da secreta angolana contactado pela Voz da América admitiu que tivesse havido um incidente, mas minimizou-o na medida ?em que não se pode falar sequer que se tratasse de um artigo lesivo ao general Miala?. Fontes do jornal disseram à Voz da Améerica estar na posse de informação de que a "caça" aos ardinas teria tido a mão de Mariana Lisboa, chefe dos Serviços de Informação, SINFO, área que responde pela contra-inteligência.

A Voz da América tentou, sem sucesso ouvir Mariana Lisboa.

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